Aeroporto do Recife
Privatização acaba vagas e deixa pessoas idosas e PCD’s a ver navios
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emA privatização dos aeroportos no Brasil tem gerado polêmicas, especialmente no que diz respeito às mudanças no sistema de estacionamento. Com administração privada, a gratificação para determinados grupos, como idosos e pessoas com deficiência (PCD), tem sido reduzida ou, em alguns casos, eliminada, causando indignação entre passageiros e usuários. Um dos exemplos é o Aeroporto dos Guararapes, no Recife.
Antes da privatização, muitos aeroportos públicos ofereciam vagas gratuitas ou com descontos para idosos e PCD, como parte de políticas de inclusão e acessibilidade. No entanto, a gestão privada tem priorizado a rentabilidade, resultando em cobranças que impactam até mesmo grupos. A justificativa é a necessidade de equilibrar os custos operacionais e garantir a manutenção das áreas.
Aeroportos são espaços projetados para atender uma diversidade de passageiros, mas a realidade tem demonstrado que grupos específicos, como idosos e pessoas com deficiência (PCD), enfrentam desafios significativos para acessar esses locais com dignidade e praticidade. Entre as questões mais preocupantes está a falta de vagas reservadas e acessíveis nos estacionamentos, uma situação que revela negligência e falta de planejamento adequado.
Em muitos aeroportos pelo país, as vagas destinadas a idosos e PCD são insuficientes para atender à demanda. Além disso, a localização dessas vagas nem sempre é próxima às entradas principais, obrigando essas pessoas a percorrerem distâncias consideráveis, muitas vezes carregando bagagens ou lidando com limitações de mobilidade. Tal situação é agravada pelo alto custo das taxas de estacionamento, que se tornam um peso financeiro para quem já enfrenta outras despesas relacionadas às viagens.
Maria da Silva, de 72 anos, relatou sua experiência em no Aeroporto dos Guararapes: “Eu rodei por quase 20 minutos procurando uma vaga reservada, mas todas estavam ocupadas. Acabei tendo que estacionar muito longe e pagar um valor exorbitante.” Casos como o de Maria são frequentes e expõem uma realidade que carece de soluções urgentes.
A legislação brasileira é clara quanto à obrigatoriedade de vagas reservadas para idosos e PCD, mas a fiscalização ainda é falha. Além disso, a falta de conscientização por parte de outros motoristas agrava o problema, com frequentes relatos de uso indevido dessas vagas por pessoas que não têm direito a elas.
É fundamental que autoridades, administrações aeroportuárias e a sociedade como um todo se mobilizem para mudar esse cenário. Investir em mais vagas reservadas, localizadas estrategicamente, e garantir tarifas diferenciadas para idosos e PCD são passos importantes. Além disso, campanhas de educação e fiscalização rigorosa são necessárias para que o direito à acessibilidade seja efetivamente respeitado.
Afinal, garantir a dignidade e o bem-estar de todos os cidadãos não deve ser apenas um ideal, mas uma prioridade em qualquer sociedade que se pretenda justa e inclusiva.