Professor cria campanha para ajudar o pai que vive em uma cadeira de rodas
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emUma cirurgia condenou Plínio Amaro, então com 11 anos, a passar doze meses andando com muletas. Um período difícil, mas amenizado por seu pai, Plínio Reinaldo, que carregava o menino nas costas onde quer que fossem. O tempo passou e os papéis se inverteram: o filho deixou o emprego para cuidar do pai, sargento PM reformado, que tem mal de Parkinson e vive numa cadeira de rodas.
Plínio, que é professor de inglês e tem 35 anos, percebeu que o pai, de 69, melhorava a cada passeio por Miguel Couto, em Nova Iguaçu, onde moram. As saídas viraram rotina e ganharam chão: passaram a viajar pelo estado, incentivando outras pessoas a fazer o mesmo com seus parentes portadores de doenças crônicas.
O professor criou uma campanha, no Facebook, para conseguir apoio para os passeios, seja com dinheiro, passagens, hospedagem ou alimentação. Qualquer ajuda é bem-vinda, ele diz. As fotos das viagens são postadas na comunidade ‘‘Eu e meu pai’’. E sempre que alguém ajudar, ele vai publicar um post mencionando a iniciativa e fazendo uma propaganda positiva do doador.
— Concluí que ele precisava de mais dedicação minha. Abdiquei da minha vida profissional e pessoal por um tempo, mas ele merece, por tudo que fez por mim — afirma Plínio, grato por ter conseguido fazer intercâmbio nos Estados Unidos com a ajuda financeira do pai.
Plínio sonha diversificar os locais visitados por eles. Quer levar o amado pai ao teatro, ao cinema e também para conhecer cidades como Nova Friburgo, Barra do Piraí e Barra Mansa.
— Botei na cabeça que ele não ia ficar trancado em casa. Merece viver na velhice e não sobreviver — acredita.
Apesar de a aposentadoria de Plínio Reinaldo bancar os custos, não cobre todas as despesas. A própria cadeira de rodas está danificada.
Questionado sobre o seu destino preferido, o sargento reformado não hesita: Ilha Grande, um dos cartões-postais da Costa Verde do Rio, onde nasceu. Já o filho gosta mais de Nova Friburgo, na Região Serrana, pela fácil acessibilidade urbana.
— Encontramos muitos obstáculos nas ruas. É preciso força física e vontade — conclui Plínio.