O professor Silvério Morón, de 63 anos está emocionando a muitos com seu gesto de solidariedade. Ele senta diariamente em uma mesa da praça com uma folha de papel avisando que está lá para tirar dúvidas de física e matemática.
A maior vontade dele com essa ideia é motivar os alunos que têm dificuldades.
“Vou a pé de Botafogo para Copacabana e atravesso essa praça todos os dias. Num sábado de sol, parei e pensei: ‘Que praça bonita!’”
“O nível da nossa educação está muito baixo, ano que vem quero tirar um tempo livre e vir para a praça dar aula de graça.”
Fiz a placa escrito “tiro dúvidas de matemática e física” com a palavra mágica, “grátis”, e vim para praça no dia 12 de março — conta o professor, que ainda teve que esperar bastante até aparecer o estudante Marcio de Almeida, seu primeiro aluno.
“O Márcio apareceu quatro dias depois, ele estava pensando em trancar a faculdade de Engenharia porque tinha dificuldade em cálculo. Vou dar aulas para ele até o final do curso. Foi um presente para mim.”
Além de Márcio, o professor contou que foi procurado, na quarta-feira, por dois velhinhos cursando supletivo do ensino fundamental com dificuldades em matemática.
O professor também quer inspirar outras pessoas a irem para a rua passar conhecimento para quem precisa. Segundo ele, a melhora do nível de educação está ligada a diminuição da violência.
“Se melhorarmos o nível de educação das pessoas, a violência vai baixar. Tenho uma reserva financeira e consigo fazer esse trabalho voluntário, mas me programei só até o fim do ano. Senti que a resposta vai ser super positiva.”
“Quero pessoas da mesma faixa etária que eu para ajudar. Não precisa ser professor aposentado, pode adotar um aluno para ensinar qualquer coisa. Uma pessoa não faz diferença, mas mil ou um milhão ensinando e um milhão aprendendo já são dois milhões.”
“Isso dá um calçadão de Copacabana de pessoas ensinando e aprendendo.”