Luis Ricardo Machado, Sinpro
Mais de cinco mil professores(as) e orientadores(as) educacionais deliberaram pela adesão à Greve Geral Nacional a partir do dia 15 de março, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (13), na Praça do Buriti, e é uma resposta às políticas de retrocesso colocadas pelos governos local e federal. Uma nova assembleia ficou marcada para o dia 8 de março, com paralisação, na Praça do Buriti.
No Distrito Federal, a comissão de negociação do Sinpro se reuniu diversas vezes com o GDF para debater a pauta da categoria e quais estratégias o governo irá adotar para o cumprimento das metas do Plano Distrital de Educação, mas o governo não formalizou uma proposta. Já no cenário nacional, as reforma da Previdência e Trabalhista, caso sejam aprovadas, trarão uma série de retrocessos a toda classe trabalhadora.
Nas falas dos dirigentes sindicais e também da categoria, o sentimento era da necessidade de combater as frentes de retrocesso e de lutar pelo respeito à Meta 17 do PDE, que fala da isonomia salarial. Esta Meta define que temos de chegar à média salarial com as carreiras públicas de nível superior do Distrito Federal num período de 4 anos. Em 2016, segundo dados do Dieese, a categoria deveria ter tido o reajuste de 18%, mas o governo Rodrigo Rollemberg (PSB) preferiu manter o calote e nem sequer pagou a tabela de setembro de 2015. Trata-se de um cálculo que deve ocorrer ao longo da vigência da Meta 17. Hipoteticamente, se esse cálculo fosse dividido pelo período de vigência da Meta (até julho de 2019), seria, portanto, de 18%, neste momento.
O diretor do Sinpro Cléber Soares lembrou que em janeiro houve cinco reuniões da comissão de negociação com o GDF, sem nenhuma proposta apresentada por parte do governo. “Reunião não é negociação. Apesar de o PDE ser uma lei sancionada neste governo, o GDF sequer apresentou uma proposta financeira que contemple a isonomia. O discurso que o Executivo faz para a mídia de eterna falta de recursos é diferente do que se materializa dentro do governo, visto que houve um incremento de cerca de 1 bilhão de Reais no orçamento de 2015 para 2016. Mesmo assim, de concreto não há proposta”, ressalta o dirigente.
A categoria também aprovou o calendário de lutas. Dentre as propostas está o desenvolvimento de atividades regionalizadas até o dia 15 de março para dialogar com a sociedade e comunidade escolar os prejuízos que estão colocados para os(as) trabalhadores(as) com as reformas que estão em andamento (Trabalhista e da Previdência). A categoria decidiu, também, a realização de visitas nas escolas a partir desta semana; a realização de seminários para debater a Previdência nas regiões administrativas; e unificar com as outras categorias de trabalhadores(as) a luta contra as reformas. “Esta assembleia foi realizada debaixo de chuva e na primeira semana de aula. Isto indica a disposição de luta desta categoria e que não aceitaremos a retirada de nossos direitos”, finaliza a diretora do Sinpro Luciana Custódio.