Em assembleia da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), na tarde desta terça-feira, os professores e os técnicos administrativos decidiram entrar em greve a partir da próxima segunda-feira. Na reunião, 477 profissionais da faculdade votaram a favor da paralisação.
Eles reivindicam reajuste salarial e reclamam sobre o atraso das bolsas de estudos dos alunos, a dedicação exclusiva na aposentadoria e discutiram estratégias de luta pela defesa dos direitos trabalhistas.
O comunicado publicado no site da associação destaca que os professores deixaram de entrar em greve por diversas vezes, mas “o governo ainda não resolveu o problema”. “Apesar da paciência e da persistência de nossa categoria, após dez meses de negociação o governo não resolveu o problema da aposentadoria e ainda anunciou que o reajuste do funcionalismo estadual seria de 0%, em duas parcelas: zero em 2015 e zero em 2016”, reforçaram os organizadores na nota divulgada no portal.
Crise sem fim
A crise na Uerj já é antiga. Os alunos fizeram uma paralisação em maio do ano passado. Uma das reivindicações do corpo discente era o acúmulo de bolsas oferecidas pela Uerj, que hoje não é permitido. Segundo os estudantes, muitos cotistas deixavam de fazer estágio interno pois não podem acumular as bolsas do estágio e de permanência na instituição. Além disso, eles pediram que o valor da bolsa, congelado desde 2012, seja reajustado. Atualmente, cotistas e estagiários internos recebem R$ 400 de auxílio.
Outras reivindicações incluem a ampliação do restaurante universitário do campus Maracanã, bem como a construção de outras unidades em todos os campi; a construção da creche universitária; o passe livre intermunicipal e intermodal; obras de melhoria no Hospital Universitário Pedro Ernesto, referência em diversas especialidades no país; e melhor diálogo com a reitoria.
Já em dezembro, um protesto contra os cortes feitos pelo governador Luiz Fernando Pezão e contra o não pagamento de bolsistas, residentes e de funcionários terceirizados, integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e alunos de diversos cursos decidiram ocupar os campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no Maracanã e em São Gonçalo.