A proibição de realização de bailes funk na Rocinha opõe moradores e a comandante da Unidade de Polícia Pacificadora da favela, major Pricilla Oliveira. Organizadores dos bailes e ativistas do movimento acusam a oficial de impedir o evento no clube Emoções, apesar de o governo do estado ter liberado a realização dos encontros sem a prévia autorização da Polícia Militar. As alterações foram publicadas no Diário Oficial do estado na segunda-feira.
No sábado, foi realizado um forró no Emoções. Por isso, para Washington Santos, da Comissão Municipal de Cultura, o caso é de discriminação. “Enviamos à Secretaria de Segurança e-mail relatando o caso, mas não recebemos resposta”, explica ele.
Santos afirma que a autorização para o forró confirma o preconceito da major. “O funk não tem relação com a criminalidade. E não cabe à autoridade escolher o gênero que o cara vai tocar”, diz.
O presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk, Teko, denuncia que é recorrente a proibição de bailes funk nas favelas onde há UPP instalada. “A gente não precisa de autorização da UPP para fazer o baile. Não vou me prender à major Pricilla. Essa proibição não é política de segurança. É preconceito”, afirma Teko.
Fechado por 14 meses
Já o membro da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Guilherme Pimentel, afirmou que a comandante está proibindo o evento sem embasamento legal. “O cidadão tem que saber o fundamento dessa decisão. Estamos falando de lazer dos jovens. Se ela tem motivo para proibir, tem que botar por escrito”, diz Pimentel.
O Emoções ficou um ano e dois meses interditado por falta de cumprimento de exigências de segurança, mas voltou a funcionar no dia 12 de janeiro. Procurada, a major não comentou o caso.
A PM disse que um representante da Secretaria de Cultura vai se reunir hoje com a major Pricilla. Mas não explicou os motivos para a proibição dos bailes funk.