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"Que haja luz"

Projeto de iluminação deve acompanhar passos da obra

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Anelisa Lopes

No início dos anos 1900, o grupo alemão Deutscher Verkbund (associação alemã de artesãos), composta por designers, arquitetos e empresários, passou a fabricar artefatos domésticos, que iam de uma xícara de chá a mobiliário. Naquela época, o processo industrial mostrava sinais dos novos tempos, enquanto a parceria entre artistas e artesãos proporcionariam melhores condições de vida à sociedade.

Entre estes diversos objetos, destacam-se os equipamentos elétricos para as residências, como lustres, abajures e pendentes. Ou seja, há mais de cem anos, a iluminação, além do seu objetivo primordial de tornar claro os ambientes, é um importante artifício para proporcionar comodidade e segurança em casa.

O projeto de iluminação deve ser definido pelo designer e cliente no início da obra, pois, dessa forma, toda a parte elétrica já é concebida para receber os mais variados tipos de iluminação, seja no forro de gesso, na laje, por meio de tomadas no chão, baixas ou altas. Vale citar também o sistema de dimerização, que possibilita aumentar ou diminuir a intensidade da luz por meio de um botão giratório de acordo com o momento e preferência do morador. Algumas lojas de iluminação fazem este tipo de projeto também, desde, é claro, que os equipamentos sejam comprados no local.

A luz, classificada entre natural (sol e lua) e artificial (elétrica), pode ser direta ou indireta. No primeiro caso, é possível enxergar a fonte de luz; já no segundo, não é possível ver a origem da claridade, “escondida” atrás de um móvel ou objeto. De acordo com o ambiente ou propósito, a escolha por uma ou outra faz muita diferença, assim como a distinção entre lâmpadas quentes (amarela) e frias (branca).

Uma sala de estar, TV ou dormitório, por exemplo, pede aconchego e intimismo, ou seja, abajures e luzes indiretas com luminosidade mais amarelada (lâmpadas até 2.700 K aproximadamente) dão mais sensação de conforto e agridem menos a visão, enquanto cozinhas, escritórios e banheiros exigem mais claridade, o que pode ser promovido por lâmpadas brancas (acima de 4.000 K). Lustres e spots direcionais são bem-vindos em bancadas de cozinha, mesas de jantar e objetos de destaque, como quadros, por exemplo.

Nos últimos anos, as lâmpadas incandescentes foram substituídas pelas fluorescentes, que possuem mais capacidade energética e, dessa forma, economizam mais energia. Há ainda as halógenas (as famosas dicróicas, indicadas para pontos específicos de iluminação – vale lembrar que, normalmente, elas esquentam o que está abaixo delas) e, claro, as mais usadas atualmente, as de led, que vão desde simples lâmpadas a fitas que podem emoldurar um ambiente inteiro ou apenas a parte de trás de um espelho ou estante, por exemplo.

A boa iluminação tem grande importância no resultado final do projeto. Se a ideia é não gastar muito, uma fórmula básica é definir ao menos o tipo de iluminação para cada ambiente: no gesso com spots ou fitas de led, na laje com luminárias, assim como o número de tomadas para distribuição de abajures e a correspondência correta entre interruptores e lâmpadas. O investimento vale a pena, pois, dessa forma, os locais se tornam mais agradáveis e, principalmente seguros para crianças e adultos.

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