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Projeto de Pezão para levar água para Baixada é balela

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Em 4 de abril último, logo após ser empossado governador, Luiz Fernando Pezão anunciou que pediria ao governo federal empréstimo de R$ 3 bilhões para construir Guandu 2, visando levar água para toda a Baixada Fluminense. Porém, segundo o engenheiro Flávio Guedes, ex-diretor da Cedae, considera que o projeto não é adequado e será desperdício de dinheiro público, para ficarmos dependentes do Rio Paraíba do Sul, em vez de aproveitar o sistema de Ribeirão das Lages.

Com o título de “Água de morro abaixo é mais fácil e barata que água de morro acima”, diz texto assinado por Guedes: “A começar pelo nome GUANDU 2, está errado. Se fosse pela quantidade de ETAs “GUANDUs”, seria ETA GUANDU 3. Pois, temos a VETA (Velha Estação de Tratamento d’água) de 1955, a NETA (Nova Estação de Tratamento d’água) de 1982, devendo ser essa outra Estação de Tratamento d’água, a ETA GUANDU 3.

Se fosse pelas etapas de ETAs construídas, seria ETA GUANDU 5. Se não vejamos: a 1ª etapa da VETA GUANDU é de 1955, a 2ª etapa da VETA é de 1962, a 3ª etapa da VETA é de 1963 e a NETA de 1982, ou seja, essa outra estação seria a ETA GUANDU 5, nessa outra metodologia. Até na hora de dar nomes aos burros, equivocam-se, ou levam o Pezão ao equivoco. O que começa com o nome errado, não pode dar certo. Se a nova ETA GUANDU será 2, 3 ou 5, também não importa, está errada na estratégia, na intenção e na concepção. Se não vejamos:

Essa outra ETA GUANDU vai utilizar o mesmo manancial das outras anteriores, o poluído rio GUANDU, com sua água transposta do também poluído, agonizante e disputado rio Paraíba do Sul. Ficando o Rio de Janeiro com a maior ETA do mundo e com o maior problema do mundo, também. Com qualquer acidente, contra-tempo ou falhas, o que hoje é comum, todos ficam sem água, haja visto os problemas que causam as fortes chuvas e paralisações mal preparadas.

Essa outra ETA GUANDU, terá, além de ser caríssima, mega fornecimento de grupos moto-bombas, painéis, complexas subestações de energia elétrica e outros equipamentos necessários para uma ETA convencional dotada de todas as etapas e processos unitários para tornar a água potável. A exemplo das outras ETAS GUANDU, haverá a necessidade de levar e retirar a água da ETA, para depois de tratada, levá-la aos reservatórios e aos consumidores.

Terá gastos astronômicos com energia elétrica para fazer funcionar os grupos moto-bombas, equipamentos da ETA e de seu complexo; gastos também astronômicos, com produtos químicos; com mão de obra e a manutenção para uma ETA convencional e terá jogado fora a segurança estratégica de toda a população, com a possibilidade do Rio ter dois grandes mananciais para o abastecimento d’água, quando em situações extremas, um substituirá o outro e o outro substituirá o um.

Vai tratar, lá em baixo, um volume d’água de 5m³/seg, sendo que o lago de Ribeirão das Lages, com “G”, hoje joga no rio Guandu, lá em cima, com uma cota suficiente para abastecer toda a Baixada Fluminense sem grandes gastos de energia elétrica, 10m³/seg de uma água de excelência, que desde 1940 já se utiliza 5.5m³/seg para o abastecimento do Rio. É difícil de se entender essa lógica “sujar” 10m³ d’água/seg, que pode ser tratada com um custo baixíssimo, para “limpar” com um custo altíssimo, só 5m³/seg. E mesmo que queiram, no afogadilho da situação, tratar 15m³/seg, é uma quantidade menor que a média da produção e disponibilidade do lago de Ribeirão das Lages, com ”G”, que é de 16m³/seg”, disse o texto. Flávio é ex-superintendente de Guandu, de Obras e Regional.

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