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Cuba, Bolívia, Venezuela...

Projeto do PT faz do Brasil uma República de Bananas

Publicado

Autor/Imagem:
Kleber Ferriche

Peço atenção para a leitura desse artigo sobre a análise de um documento que Lula nunca leu. Declaração dele próprio, que afirma nunca ter lido nada porque acha muito chato abrir um livro. Paciência. O documento de 165 páginas, produzido em junho de 2015 em Salvador, reúne sete cadernos de facções distintas infiltradas no Partido dos Trabalhadores.

A forma é bem elaborada, comete muitos poucos erros na língua pátria, além do neologismo titular de Dilma como presidenta (sic). Mas o conteúdo é desafiador na sua compreensão, pelo menos para mortais comuns e ignorantes quanto este modesto articulista. O curioso foi a repercussão tardia dos chamados “Cadernos de Teses” que chegaram agora ao público idiota que não percebeu nada sobre a essência do PT.

Podemos estar diante de uma injustiça histórica antes de ler o documento, cujo link – expressão imperialista – é bom anotar.

O glossário utilizado nele pode ajudar a compreensão: proletariado = segmento de famintos sujeitos à submissão de oportunistas à esquerda ou à direita; temário = porrada no Sarney, provavelmente com razão, e proteção ao Nicolás Maduro, provavelmente sem razão; democracia = ato de controlar tudo que seja liberado como força de expressão; esquerda = aquilo que pretendem convencer que é democracia; proletariado = potenciais escravos de uma ideia falida em Cuba e que não deu certo na Venezuela; totalitários = provavelmente os jornalistas que escrevem sobre as verdades que discordam das práticas do PT; reacionários = qualquer animal que não seja signatário do PT.

Mas aqui não é o foro de julgamento, apenas de reflexão. Então vamos ao primeiro caderno editado pela convenção baiana:

“…Faz-se necessário, também, implementar uma política de comunicação do campo democrático e popular, iniciando pela construção de uma agência de notícias, articulada a mídias digitais (inclusive rádio e TV web), com ação permanente nas redes sociais, que sirva de retaguarda e de instrumento do campo democrático-popular na batalha de ideias…”

Durante as 165 páginas, em nenhum momento são indicados os pagadores dessa empreitada. Projetaram um jornal impresso nacional e diário, é mole? Mas vamos lá. O documento, que não se exime de intelectualidade e atualidade, além de pretender o controle e estatização da Rede Globo, não deixa claro quem paga a conta.

O primeiro caderno é dedicado aos “Tempos de Guerra”. Não dá para entender. Fica uma dúvida. O ingresso de armas militares durante o governo do PT para as facções das favelas, que eles chamam de comunidades, foi maior do que para as Forças Armadas. Mas tudo bem, vamos analisar com calma. Seria o confronto bélico os Tempos de Guerra? Talvez faça sentido a movimentação pelo desarmamento da sociedade promovida pelo PT e derrotada por um soldado, considerado porra-louca, coronel PM Alberto Fraga.

Suas intenções não ficaram claras, mas em tempos de armamento de milícias que poderiam descer os morros para defender Lula, o deputado federal militar fez o seu papel. Aliás, a desmilitarização das PMs é uma proposta presente em todos os cadernos produzidos pelos trabalhadores inqueridos na Operação Lava-Jato. Façamos justiça, aos pensadores competentes autores do documento, talvez ingênuos, que em nenhum momento afirmam “Fora do PT, Lula!”. Isso coloca em dúvida suas convicções. Ou revela seus intestinos.

A chamada esquerda internacional e histórica não quer em seus anais o experimento Lula. No último e mais autêntico caderno editado por uma das facções petistas, foi contundente a juventude revolucionária que afirma: “…A Esquerda Marxista, logo após o resultado do 2º turno (quando Dilma foi reeleita), lançou uma Carta Aberta à Lula, Dilma e a Direção do PT onde apontava: a) Apesar de todos os erros do nosso partido e do Governo, a classe trabalhadora deu mais uma chance ao PT. Mas, um partido (o PT) que ganha a eleição e perde nos centros políticos e econômicos do país está fadado ao fracasso.”

O que farão os mortais comuns agora? Aqueles mais à esquerda foram tomados por um ceticismo gerado por Lula e sua gangue. Aqueles à direita, não suportam o Michel Temer e suas amarras.

Na enciclopédia de cadernos editados em 2015 no encontro baiano de celebridades – todo brasileiro tem obrigação de ler – pelos competentes e eruditos correligionários do Partido dos Trabalhadores que propõem, entre outras coisas, a estatização e reestatização de todas as empresas e instituições geradoras de empregos: da Rede Globo, do Bradesco, Itaú, Carrefour, Volkswagen, Google, Embraer, Vale, Pirelli, Shell, Procter & Gamble, Natura, Boticário, TIM, Oi, Vivo, Telefônica, McDonalds, CNBB, Cruz Vermelha, enfim, qualquer organização não reconhecida como no documento da baianada de 2015, é inimiga mundial do povo.

Em um reduto restrito, como na redação de Notibras, onde residem autênticos militantes de ideias progressistas e que acreditaram em modelos praticados em países cujos eleitos, depois de eleitos, abandonaram suas origens partidárias, por exigência constitucional, porque a missão deles é governar para todos os seus cidadãos e não apenas para um restrito conglomerado de amigos petrolíferos. O documento de 165 páginas não deixa dúvidas, infelizmente, e o PT nos seus cadernos confunde o partido político com a função política, como se uma única coisa orientasse as necessidades da sociedade. Esse filme está velho.

Em Roraima, os sobreviventes venezuelanos chegam diariamente ao Brasil para parir suas fêmeas, em hospitais do nosso SUS, vejam só. O país queridinho de Lula mal consegue ajudar uma cegonha a entregar mais um Lulinha que não seja em território brasileiro. Como em Cuba, há décadas, na Venezuela de Lula não há sabonete para lavar a bunda dos pequenos. Essa deve ser a conquista da revolução pregada no documento de sete cadernos produzido em 2015. Pelo menos estamos em 2017, estamos no Brasil, estamos cientes de que somos imbecis.

Fica a lição: o PT de Lula talvez não seja o PT da grande cagada. A grande cagada poderá ser uma necessidade solitária, isolada em seu íntimo, em grande estilo e de cócoras, mas persiste a dúvida: nesse aconchego da solidão fria e quadrilátera haverá tempo, mas haverá interesse em ler as 165 páginas? A resposta estará nas urnas em 2018. Lula não poderá se atrever a ler, seus marqueteiros darão a orientação precisa de que se ele ousar degustar um único parágrafo da diarreia ideológica de seus parceiros, então todos vão considerá-lo um reacionário!

Vou voltar para a minha leitura dos cadernos da Bahia. Enquanto isso, deixem o Lula livre, leve e solto… Se assim for, só devemos lamentar. Leia mais…

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