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Brasília para Todos

Projeto oferece formação cultural para pessoas com deficiência visual

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição - Foto Divulgação

Em setembro, mês em que se celebra o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, o projeto Brasília para Todos – Acessibilidade e Valorização do Patrimônio Cultural abre inscrições. A iniciativa promove um curso, gratuito, de mediação cultural para pessoas com deficiência visual. As aulas, que acontecem entre 3 e 29 de outubro, têm formato híbrido – atividades presenciais e virtuais – e percorrem diferentes pontos turísticos da cidade.

Além de oferecer inclusão e acessibilidade, o projeto possibilita a inserção dos alunos no mercado de trabalho cultural de Brasília, uma vez que capacita essas pessoas para serem futuros mediadores culturais.

Para concorrer a uma das 20 vagas ofertadas, basta preencher o formulário disponível no Instagram do projeto: @guiaacessibilidade. As inscrições estão abertas até 30 de setembro.

O projeto, realizado pela Guia Acessibilidade Inclusiva, conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC DF) e incentivo da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), 3,8% da população do DF possui alguma deficiência, sendo a visual a mais comum, com 43,2% de incidência. Ainda segundo a pesquisa, em 2021, a taxa de desemprego entre PcDs foi de 18,6%, superior à registrada entre as pessoas sem deficiência. Tendo em vista as dificuldades e desafios enfrentados por esse público, a inclusão no mercado de trabalho cultural é um dos pilares da iniciativa.

Segundo Cássia Lemes, diretora geral do projeto, Brasília é a cidade ideal para a realização deste curso: “vivemos em uma capital que é reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, o que estamos propondo é a valorização de nossos bens culturais através da criação de novas possibilidades e narrativas inclusivas.”

A produtora cultural explica que a formação é voltada para um público específico, porém diverso: “ Estamos oferecendo educação patrimonial para pessoas com algum tipo de deficiência visual. Ou seja, pessoas cegas, com baixa visão, monoculares e daltônicas. É um recorte específico, mas que contempla um público grande”, completa Lemes.

Pertencimento
Para promover a integração entre os participantes e os principais patrimônios culturais do DF, o cronograma de atividades abrange 10 visitas mediadas em espaços emblemáticos como o Museu da República, o Museu dos Povos Indígenas, o Catetinho, o Memorial JK, entre outros.

As visitas proporcionam uma experiência sensorial plural e diversa que utiliza o tato, a audição e o olfato para conectar os alunos com a história, a cultura e a arquitetura da cidade.

“Um dos pontos-chave das visitas mediadas é trabalhar o pertencimento de cada pessoa aos espaços visitados. Mais do que comunicar aquele Patrimônio com uma acessibilidade fria e imparcial, vamos possibilitar que elas sintam e absorvam o espaço, a história e a cultura”, revela Thalita Araújo, ministrante responsável pelas atividades.

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