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Ano Novo

Promessas e esperanças se repetem, mas com risco de ficarem no fundo da gaveta

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva - Foto de Arquivo

Ah, o Ano Novo… Esse momento mágico em que brasileiros, de Norte a Sul, acreditam piamente que, ao virar a folhinha do calendário, o universo conspirará a favor de seus sonhos. É quando as promessas começam. Da boca pra fora? Talvez. Mas quem somos nós para julgar, mesmo sabendo que o pacote de boas intenções sempre acaba no fundo da gaveta?

Na fila do supermercado, Dona Maria Amélia, uma velha amiga, me jurou que 2025 será o ano da dieta. “Agora vai, chega de pãozinho francês no café da manhã”, disse-me, enquanto põe na esteira um pacote de sonhos e uma garrafa de refrigerante. Logo atrás da fila, João, vizinho das antigas, promete ser mais econômico, mas não consegue resistir à compra parcelada de um celular. “É investimento, moça”, justifica em voa suave.

E a academia? Ah, essa é a campeã das promessas! Todo brasileiro conhece alguém que, com o entusiasmo de um atleta olímpico, faz a inscrição em janeiro e abandona o plano antes mesmo do Carnaval. “É que o tempo tá corrido”, justificam, enquanto se rendem ao sofá e às maratonas de séries.

Mas, se há algo que o brasileiro domina, é a arte de acreditar. Acreditar que o próximo ano será melhor, que as dívidas se transformarão em poupança, que o amor da vida vai finalmente aparecer ou que o chefe vai reconhecer seu talento. Acreditar que o Brasil vai dar certo, que as filas vão diminuir e que o trânsito finalmente vai fluir.

No fundo, promessas de Ano Novo são mais do que metas; são sonhos embrulhados em otimismo. São um grito de esperança. Porque, mesmo sabendo que muitas delas ficarão só no papel, o ato de prometer é um ritual de renovação. É como se disséssemos ao universo: “Eu ainda acredito.”

Então, que venha 2025. Que as promessas sejam feitas, quebradas, renovadas. Porque, no Brasil, o que não falta é vontade de começar de novo.

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