No mundo, a expectativa de vida ao nascer é de quase 72 anos de acordo com dados do Banco Mundial, um aumento de quase 20 anos entre 1960 e 2015. Um estudo publicado em fevereiro na revista científica The Lancet mostrou que há uma probabilidade de 90% de as mulheres sul-coreanas viverem mais de 86 anos e uma chance de 57% de passarem dos 90 em 2030. Os números são seguidos por países como França, Espanha e Japão.
Em 2013, o Google lançou a Calico (California Life Company), empresa que busca acabar com o envelhecimento por meio de tecnologias avançadas. Antes disso, o Projeto Genoma Humano, iniciado em 1990 e concluído em 2003, mapeou todos os genes humanos. Isso permite descobrir propensão a doenças e, assim, preveni-las. Promessas de nunca envelhecer nem morrer de alguma enfermidade garantem uma longa vida na Terra.
Com as adaptações do homem ao meio e os avanços da ciência e da tecnologia, espera-se que se viva mais com o passar do tempo, mas seria possível alcançar a imortalidade? “É possível, porque já existe”, responde sem rodeios o cientista venezuelano José Luis Cordeiro, professor da Singularity University – fundada por Nasa e Google – e presidente do The Millennium Project na Venezuela.
Com um vasto currículo de atividades futurísticas, Cordeiro falou com exclusividade ao E+ sobre as possibilidades de prolongamento da vida e as consequências que viver para sempre traria ao mundo. Ele veio ao Brasil nesta semana a convite da Unimed do Brasil para a 47ª Convenção Nacional do Sistema Unimed.
Vida longa e próspera – Cordeiro acredita que a imortalidade humana é possível, porque já existe biologicamente. As células germinativas (que dão origem aos óvulos e espermatozoides) e as cancerígenas não envelhecem e existem animais, como hidras e medusas, que mantêm um ciclo de constante renovação, sendo potencialmente imortais.
Agora, os cientistas buscam compreender todos esses fatos para que, em 20 ou 30 anos, seja possível curar o envelhecimento. Segundo o cientista, envelhecer é uma doença, porém curável. Como prova, ele cita a primeira paciente humana, apresentada durante uma edição do Revolution Against Aging and Death (RAAD) Festival, que está em processo de rejuvenescimento com tratamentos experimentais.
“Na parte biológica, pensamos que poderemos reconstruir e rejuvenescer todos os órgãos do corpo em duas ou três décadas, então você vai ter o corpo biológico que quiser”, afirma. Mas a evolução, segundo ele, promete mais e, em 30 ou 50 anos, será possível incorporar partes robóticas ao nosso corpo.
Mas isso também já é real. Uma equipe do Applied Physics Laboratory, da Universidade de Johns Hopkins, nos Estados Unidos, está testando braços biônicos em pessoas amputadas. Mais do que substituir um membro, a prótese permite que a pessoa tenha sensações.