Promoções dos varejistas prometem muito, mas o povo sem dinheiro compra pouco
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Bianca Pinto Lima e Márcia De Chiara
No varejo, a crise bagunçou o calendário de promoções, que se perpetuaram ao longo do ano e não apenas nas datas tradicionais. 2015 tornou-se, praticamente, um “black year”, com grandes descontos a todo tempo – a exemplo do que acontece na megaliquidação da última sexta-feira de novembro, a chamada “Black Friday”. O crédito mais caro e escasso, no entanto, também ajudou a limitar as compras.
“Em momentos anteriores, quando a situação apertava, o consumidor recorria a empréstimos e financiamentos. Se fizer isso hoje, será um péssimo negócio”, comenta o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes.
O economista calcula que, na média, a prestação de um empréstimo de R$ 1 mil subiu 14% nos últimos 12 meses. “O prazo encolheu e o juro subiu”, afirma.
Para o ano que vem, as expectativas continuam sombrias e o brasileiro deve perder ainda mais poder de compra. Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências, prevê que a taxa de desemprego chegue aos dois dígitos, com a renda do trabalhador encolhendo 2%, em termos reais. “Esse cenário vai continuar deprimindo o consumo”, diz a economista.
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