A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) promoveu no Aeroporto Santos Dumont, na sexta, 14, um ato contra a cobrança da taxa de roaming pelas operadoras de celulares. Os passageiros e visitantes que passavam pelo saguão de desembarque do terminal se depararam com uma mala gigante e um casal, com roupas alusivas aos anos 1980 e 1990, conscientizando as pessoas de que pagar pela taxa é coisa do passado.
A Proteste explica que o roaming doméstico é a taxa que se paga quando o celular registrado em uma área, um DDD específico, faz ou recebe ligações em outra praça. “Isso vem da época em que as operadoras não eram nacionais. Então, quando o cliente de uma operadora da cidade A viajava para a cidade B, a primeira operadora compensava a segunda pelos custos com o cliente alheio.”
Atualmente, as principais operadoras têm atuação nacional e com antenas no Brasil inteiro, então não há a quem compensar. Ao viajar pelo país, o cliente pode ser atendido pela infraestrutura de sua própria operadora.
A coordenadora de Marketing da Proteste, Luciene Alvarez, disse que, na década de 1990, o consumidor pagar pela tarifa fazia sentido porque nem todas as operadoras tinham antenas espalhadas pelo país. “Hoje não faz sentido pagar roaming por um mesmo serviço da mesma empresa. Você paga pela taxa de deslocamento mesmo usando a antena da mesma operadora.”
Luciene informou que um abaixo-assinado está sendo passado entre as pessoas pedindo o fim da cobrança da taxa. “A gente organizou um abaixo-assinado para enviá-lo à Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] no dia 15 de setembro. Em uma semana de campanha, já temos mais de 2.600 assinaturas. A gente ainda tem três semanas de campanha e precisamos de pelo menos 10 mil assinaturas.”
De acordo com a Anatel, a lei permite cobrar a taxa relativa ao roaming e, “embora prevista, as operadoras nem sempre fazem a cobrança. Depende muito do plano em que o assinante optou”.