Luiz Carlos Merten
Durante o Festival de Gramado, num breve encontro com o repórter, a diretora de Marketing Wilma Lustosa já havia antecipado o conceito da Première Brasil, do Festival do Rio. “Não é só uma seleção de filmes, na verdade é uma plataforma de filmes que tem a pretensão, bastante realista, de ser a grande vitrine do cinema brasileiro.” E Ilda Santiago, diretora executiva com Walkiria Barbosa (há um quarto diretor no colegiado, Marcos Didonet) – “Neste ano, especialmente, a Première Brasil que estamos divulgando é a maior que já tivemos. São mais de 70 filmes, quando no ano passado ficamos nos 50, incluindo os curtas. E a Première cresceu porque é preciso. O Brasil, e o Rio, vivem momentos da maior gravidade. Nossos patrocinadores masters, a Petrobrás e o BNDES, tiveram a sensibilidade de perceber que, nessa hora de crise, a cultura possui uma força muito grande.”
‘Gabriel e a Montanha’. Longa premiado em Cannes passa fora de concurso Foto: TVZERO
E Ilda acrescenta – “É a hora de afirmar a identidade – da cidade, do País, a nossa identidade cultural.” Por tudo isso, a Première Brasil de 2017 promete ser uma celebração. As galas dos filmes das competições – e este ano o Redentor volta a ter peso não apenas artístico, mas econômico, com o aporte da Petrobrás de R$ 200 mil para o melhor longa de ficção, mais R$ 100 mil para o vencedor da mostra Novos Rumos – continuarão ocorrendo no Lagoon, junto ao belo cenário da Lagoa Rodrigo de Freitas. As sessões populares, seguidas de debates, da Première, os filmes brasileiros fora de concurso e as galas internacionais ocorrerão no Odeon, em plena Cinelândia carioca.
A participação brasileira não se restringirá à Première. Haverá produções brasileiras em praticamente todas as demais seções – Panorama, Gerações, Midnight Movies, etc. “Essa cidade merece, e eu diria até que necessita de um grande festival para sua afirmação. É o que estamos fazendo, mais uma vez. Não é fácil, mas a gente faz com empenho, porque sabe do carinho que o público tem pelo festival.” Desde o ano passado, e seguindo uma tendência internacional, o festival ficou mais compacto, com 11 dias de duração. “Cannes, Berlim e Veneza também têm essa duração, então não é só um imperativo econômico. Compactar o festival é um trabalho muito delicado, e muito grande, porque não estamos querendo sacrificar ninguém, nem o público nem os autores que confiam na gente e apresentaram os filmes para seleção.”
A lista completa você encontra no site do festival. Abaixo, os filmes que participam da competição e da mostra Novos Rumos. A competição é formada predominantemente por novos talentos (Esmir Filho, Juliana Rojas e Marco Dutra, Júlia Rezende, etc.), que somam seus nomes ao da veterana Lúcia Murat. Da competição de documentários participa o grande diretor de fotografia Walter Carvalho, com Iran. Na mostra Novos Rumos competem ficções e documentários, incluindo os novos filmes de Evaldo Mocarzel (Até o Próximo Domingo) e Lula Buarque (O Muro). O Festival do Rio ocorre este ano de 5 a 15 de outubro. Na próxima semana, será divulgada a seleção internacional.
Entre os filmes que serão exibidos fora de concurso na Première estão – Gabriel e a Montanha, de Fellipe Barbosa, que foi premiado em Cannes; Entre Irmãs, de Breno Silveira; e uma coprodução Brasil-Argentina, Zama, da grande Lucrecia Martel. Duas coproduções com o Brasil também estão na Première Latina – Severina, de Felipe Hirsch, e Vergel, de Kris Nikilson.
COMPETIÇÃO FICÇÃO
- ‘Açúcar’, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira
- ‘Alguma Coisa Assim’, de Esmir Filho e Mariana Bastos
- ‘Animal Cordial’, de Gabriela Amaral Almeida
- ‘Aos Teus Olhos’, de Carolina Jabor
- ‘Boas Maneiras’, de Juliana Rojas e Marco Dutra
- ‘Como É Cruel Viver Assim’, de Júlia Rezende
- ‘O Nome da Morte’, de Henrique Goldman
- ‘Praça Paris’, de Lúcia Murat
- ‘Unicórnio’, de Eduardo Nunes
COMPETIÇÃO DOCUMENTÁRIOS
- ‘Cartas para um Ladrão de Livros’, de Carlos Juliano Barros e Caio Cavechini
- ‘Dedo na Ferida’, de Silvio Tendler
- ‘Em Nome da América’, de Fernando Weller
- ‘Iran’, de Walter Carvalho
- ‘Pastor Cláudio’, de Beth Formaggini
- ‘Piripkura’, de Mariana Oliva, Renata Terra, Bruno Jorge
- ‘SLAM: Voz de Levante’, de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva
- ‘A Parte do Mundo Que Me Pertence’, de Marcos Pimentel
- ‘Amores de Chumbo’, de Tuca Siqueira
- ‘Até o Próximo Domingo’, de Evaldo Mocarzel
- ‘Copa 181’, de Dannon Lacerda
- ‘O Muro’, de Lula Buarque
- ‘Vende-se Esta Moto’, de Marcus Faustini
FORA DE CONCURSO
- ‘Entre Irmãs’, de Breno Silveira
- ‘Gabriel e a Montanha’, de Fellipe Barbosa