Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo de Luis Inácio Lula da Silva, não é mais presidente do PSB. Ele foi defenestrado da cadeira nesta segunda-feira 13, durante reunião do Diretório Nacional do partido. No fim de semana, ele se opôs ao apoio da legenda a Aécio Neves (PSDB) e manifestou, em carta aberta postada nas redes sociais, apoio incondicional à reeleição de Dilma Rousseff (PT). O novo presidente é Carlos Siqueira, ex-coordenador da campanha de Eduardo Campos.
A escolha pelo Diretório Nacional, que se reuniu em Brasília, já era esperada e se deu por aclamação. Siqueira foi eleito em chapa única. O governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, será o primeiro vice-presidente. O vice de Marina Silva, Beto Albuquerque, será o segundo vice e ficará responsável pelas relações governamentais.
A eleição se dá em meio a uma crise na cúpula do partido, que se desentendeu após a sigla declarar apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, no segundo turno das eleições.
Roberto Amaral, que ocupava o cargo interinamente desde a morte em agosto de Campos, defendia apoio à campanha da petista Dilma Rousseff. Ele tentava articular para se manter no cargo, mas acabou isolado quando a maioria defendeu a candidatura de Aécio. Amaral acabou nem aparecendo para a reunião do Diretório Nacional.
Em seu discurso, impresso no formato de um livreto, Carlos Siqueira cita Campos diversas vezes e defende que o partido seja o “porta-voz” dentre as “forças de oposição”. Ele faz, ainda, referência à aliança com o candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno das eleições e diz que “o PSB precisa emprestar ao novo governo as perspectivas de um projeto que aprofunde as conquistas sociais das últimas décadas”.
Siqueira criticou ainda a postura do ex-presidente interino do partido, Roberto Amaral, de se posicionar contrário à decisão majoritária da sigla de apoiar Aécio no segundo turno. “Ele [Amaral] tem o direito de ter a opinião dele. Apenas que, como presidente tem que estar de acordo com a maioria. (…) O presidente, por natureza, deve ser o líder da maioria.”