O presidente do PSD na capital da República, Paulo Octávio, garantiu apoio da legenda no Congresso Nacional para a manutenção das regras do Fundo Constitucional do Distrito Federal, ameaçado de perder recursos por conta do corte de gastos determinado pelo governo federal. “Já conversei com o governador Ibaneis Rocha (MDB) e com o nosso presidente (Gilberto) Kassab. O PSD vai estar ao lado de Brasília mais uma vez”, afirmou, durante reunião da executiva regional da legenda.
Paulo Octávio destacou ainda que a mudança na forma de reajustar o FCDF repete o que foi tentado em 2023. “Tivemos uma luta enorme e foi o PSD que salvou Brasília. Foi o trabalho que fizemos com nossos deputados distritais, com o relator do Arcabouço Fiscal no Senado, senador Omar Aziz (PSD-AM), e com o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)”, frisou. “Naquela época, o PSD foi o grande vitorioso ao resgatar o Fundo Constitucional do jeito que foi criado lá em 2002”, relembrou Paulo Octávio, um dos autores do projeto que criou o Fundo Constitucional.
O fundo gera recursos para a manutenção de setores como saúde, educação e segurança em Brasília. “São mais de R$ 24 bilhões que entraram no orçamento do DF, este ano, para pagar essas três áreas importantes. E novamente o governo federal, ao fazer esse pacote de redução de gastos, quer mudar a forma de reajuste. O fundo foi aprovado e sancionado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em último ato no cargo. A gente vai ter uma nova batalha em defesa de Brasília. E novamente queria convocar todos para nos ajudarem. O líder do governo é nosso, o senador Otto Alencar (PSD-BA), que esteve com a gente semana passada e vamos procurá-lo para evitar que isso aconteça”, resumiu.
Paulo Octávio acrescentou que a legenda tem capacidade para conversar com todos os partidos. “Isso é uma vantagem nossa. Se houver dificuldade, a gente pode conversar desde o PSOL até o PL sem problema. Ainda mais que é uma ação em prol da cidade”. Ele também fez algumas observações em torno do pacote de redução de gastos. “Todo mundo é favorável à isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Só que isso representa um déficit para a União. Então, o governo quer economizar e ao mesmo tempo dar benefício fiscal. Não tem sentido”, pontuou.
Balanço anual
O encontro da executiva regional serviu ainda para alinhar metas visando as eleições de 2026. “O propósito do PSD é crescer. Sempre defendi que a família brasileira é tradicional, cristã e não gosto de radicalismos. A família brasileira não quer pender nem muito para a esquerda, nem muito para a direita. Ela quer o centro, quer o nosso partido, que é de diálogo, de entendimento e de construção, sem ofender ninguém e sem radicalizar, mas construindo o que o Brasil precisa: desenvolvimento, geração de empregos, acolhimento das famílias e de mais encontros, não de desencontros”, definiu.
Para o secretário-adjunto de Saúde do DF, Lucimir Henrique Pessoa Maia, a reunião foi importante para ampliar a união no partido. “Cada um de nós é responsável, na família pessedista, em fazer seu papel para o Distrito Federal. Fico feliz que muitos tenham comparecido para escutar um pouquinho do que a gente tem a falar. O importante é que a gente mantenha a união dentro do partido”, destacou.
“Hoje eu sou secretário-adjunto de Saúde. É um cargo onde as tomadas de decisões influenciam a saúde de milhares de pessoas. E isso é feito com muita moderação para que a gente não deixe ninguém de fora, porque a saúde, a nossa vida, é o nosso bem mais precioso”, definiu.
Já o deputado distrital Jorge Vianna afirmou que o crescimento do PSD deve-se ao fato de a legenda manter sua autenticidade. “O PSD permaneceu o PSD, um partido que deixa livre as políticas dos candidatos e que acomoda todo mundo, sem distinção. E fez com que a sociedade pensasse o seguinte: tem o partido da esquerda, tem o partido da direita, mas qual o partido que eu poderia ir que é leve e não fica entrando em polêmica? O PSD. As pessoas, de forma orgânica, entenderam que o PSD é um partido que pode dar certo em seu projeto político”, resumiu.
“A gente tem que começar a passar às pessoas que o PSD é um partido de bom senso. Ora defende pautas da direita, ora defende pautas da esquerda. Esses dias, subi na tribuna para elogiar a deputada do PSOL, Erika Hilton, porque ela começou o movimento da escala 6 por 1. Talvez seja até antagônico. Um cara como eu, ex-militar, tradicional e tal, elogiar uma pessoa de um partido que é radicalmente da esquerda. Mas é porque é bom senso. Então eu acho que quem quiser vir para o partido já vem com esse sentimento, porque a gente não é extremo de um lado ou de outro”, sublinhou.
Também foram apresentados os novos filiados do PSD-DF, como o desembargador aposentado José Divino de Oliveira. “Fui magistrado durante 35 anos. Agora sou advogado e o (desembargador aposentado) Carlos (Divino) me convidou a ingressar no partido. Quero, nos limites do meu conhecimento, ser útil à sociedade em que vivo. Quero contribuir com o partido e, dentro das minhas possibilidades, ser útil”, contou.