Aiado de carteirinha
PSDB já avalia apoiar reeleição de Maia na Câmara
Publicado
emIgor Gadelha
O PSDB já admite apoiar a reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidência da Câmara em fevereiro, caso o parlamentar consiga viabilizá-la juridicamente. O apoio é defendido por aliados dos três principais caciques tucanos: o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional da legenda; o ministro das Relações Exteriores, José Serra; e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
“Ele tem a legitimidade para concorrer à reeleição, porque me parece que o fundamento jurídico é relevante. A Constituição diz que um presidente eleito para um mandato de dois anos não pode ser reconduzido. Como ele não foi eleito para um mandato de dois anos, ele teria, em tese, esse direito”, diz o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos principais aliados de Aécio na Câmara e um dos tucanos interessados em disputar o comando da Casa.
Para viabilizar a reeleição, Maia articula a apresentação de consulta à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para saber se um presidente eleito para mandato-tampão como ele pode se reeleger. Ele foi eleito em julho, após o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciar ao comando da Casa. Pelo entendimento vigente, um presidente da Câmara só pode disputar reeleição entre um mandato e outro.
A avaliação dos tucanos é de que, se Maia conseguir viabilizar juridicamente sua reeleição, ele larga com vantagem em relação a um nome do PSDB. Eles lembram que o deputado do DEM tem um trânsito melhor com a oposição, que o apoiou na primeira eleição, e até com parte do Centrão – grupo de 13 partidos que quer lançar um candidato para disputa. “É melhor apoiá-lo do que lançar um nome nosso e perder”, afirma um aliado de Alckmin.
Maia já comunicou a Aécio o interesse pela reeleição. Em conversa na semana retrasada, ele argumentou que tem como reunir mais apoio em torno do seu nome do que um candidato do PSDB. Pelos cálculos de aliados do presidente da Câmara, além dos cerca de cem votos da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB), ele conseguiria reunir outros cem da atual oposição. “O PT jamais apoiaria um nome do PSDB”, diz um aliado de Maia.
O presidente da Câmara também ponderou na conversa que um tucano pode não ter votos de partidos nanicos, que estão irritados com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria de Aécio que estabelece o fim das coligações em eleições proporcionais. Maia tem dito ainda que sua candidatura pode contar com mais apoio do Planalto, na medida em que ajuda a neutralizar o PSDB, potencial rival do PMDB do presidente Michel Temer em 2018.
O deputado do DEM já comunicou a Temer seu interesse em tentar se reeleger. Segundo seus aliados, Temer não teria se oposto a que Maia busque se viabilizar como candidato. Oficialmente, o governo diz que o presidente não vai interferir na disputa.