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PT adverte e ameaça Oposição. ‘Não cutuquem Dilma com a vara curta que é muito arriscado’

O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) advertiu na noite desta terça-feira (15) os partidos de oposição que, segundo ele, insistem com a tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em meio a debates acalorados no Plenário, o petista sinalizou que é arriscado “cutucar a onça com vara curta”.

A declaração foi feita na sessão em que se discutiu um eventual encaminhamento de discussão e votação da cassação do mandato presidencial. A oposição, afirmou Guimarães, “quer tirar Dilma, uma mulher limpa, do poder de qualquer jeito”. O mesmo tom foi usado por Jandira Feghali (PCdoB-RJ): “Se querem guerra, nossas armas estão na luta popular e saberemos usá-las”.

A sessão foi tensa, com discussões paralelas entre parlamentares. Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Orlando Silva (PcdoB-SP) trocaram ofensas e foram afastados pelos colegas quando os indícios eram de trocas de agressões físicas. Para a oposição, a discussão marcou o início do processo de afastamento de Dilma. PSDB, DEM, PPS e SD endossaram e pretendem formalizar na quinta (17) o pedido de impeachment apresentado pelo jurista Hélio Bicudo.

A confusão foi marcada a partir da apresentação, pela oposição, de um questionamento ao presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o rito que ele irá adotar na análise dos pedidos de impeachment. A oposição preparou placas com o “Xô CPMF” e chamou, em discursos, a presidente de “mentirosa”. Já os governistas improvisaram uma placa menor, com “Xô golpistas”.

O clima começou a ficar acirrado quando o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), leu o documento entregue a Cunha. Os defensores de Dilma argumentaram que não havia embasamento regimental para a apresentação dos questionamentos. Já a oposição defendia sua questão de ordem. O presidente Eduardo Cunha não deu um prazo para responder, mas afirmou que não se furtaria à questão.

Logo após Mendonça, o vice-líder do governo na Casa, Sílvio Costa (PSC-PE), acusou Cunha de “desrespeito à democracia” e de estar “fazendo o jogo dos golpistas”. “Se não estivesse comprometido com eles, não os deixariam nem ler”, afirmou na Tribuna. Em seguida, desabafou: “Isso é golpe! Fico engasgado com isso que está acontecendo”.

Felipe Meirelles, com Agências

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