O líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Humberto Costa (PE), protocolou na noite desta quarta-feira pedido de criação de uma CPI mista para investigar denúncias de cartel, corrupção de autoridades e irregularidades nos contratos dos metrôs de São Paulo e Distrito Federal. A iniciativa é uma resposta dos governistas à instalação de uma comissão exclusiva para investigar a Petrobras.
A CPI do Metrô é uma tentativa de atingir o PSDB, que governa São Paulo, e o DEM, que esteve à frente do Distrito Federal na gestão de José Roberto Arruda. A justificativa da investigação se baseia em denúncias de pagamento de propinas por empresas estrangeiras para fraudar contratos no Brasil.
O governo tentou incluir a investigação do Metrô na CPI da Petrobras, para buscar uma investigação ampla. A oposição recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e garantiu o direito de abrir a investigação para investigar só a estatal.
O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), negou que o movimento seja uma tentativa de dar um troco na oposição. “De forma alguma, temos o compromisso de que todas irregularidades devemos investigar. O metrô de São Paulo é feito com recursos da União e principalmente com recursos internacionais, aprovados pelo Senado”, disse.
O requerimento da CPI foi protocolado com o apoio de 220 deputados e 35 senadores. O líder do PSDB, Aloysio Nunes (SP), chegou a assinar o pedido de investigação, mas tirou o apoio. A assinatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) constava no requerimento, segundo auxiliares da liderança do governo. Oposicionistas reclamam que o governo não incluiu na investigação a previsão de investigar metrôs de Estados governados pelo PT.
O pedido foi feito pouco antes da sessão do Congresso Nacional convocada para encaminhar a CPI mista da Petrobras. Nesta noite, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai fazer o pedido formal para que os líderes indiquem integrantes para a comissão.