O PT fluminense manifestou solidariedade ao PSOL e ao deputado estadual Marcelo Freixo, que nas últimas semanas foram alvo acusações de ligações com os manifestantes envolvidos na morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade e também com os black bloc, grupo de mascarados que promove atos de vandalismo em manifestações. O PT ainda criticou parte da mídia que serve a grupos conservadores da sociedade e ao governo estadual para tentar criminalizar as manifestações.
A direção regional divulgou nota sobre o assunto e afirmou que repudia projeto de lei anti-terrorismo que começou a tramitar no Congresso Nacional e a tentativa do secretário de Estado de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame de tipificar o “crime de desordem”.
Eis um trecho da nota: “A morte do cinegrafista Santiago Andrade deve servir de alerta para algumas reflexões. Em primeiro lugar, solidarizamo-nos com amigos e familiares da vítima, cuja perda e dor deve ser respeitada, e não espetacularizada ou apropriada por uma ofensiva conservadora. Criticamos duramente a ação de pequenos grupos que substituem a organização popular, o trabalho de base e o debate político pelo uso performático da violência, prestando um desserviço às lutas por mais direitos e pela radicalização da democracia, servindo de pretexto para o aumento da repressão, colocando em risco a integridade dos próprios manifestantes e diminuindo a adesão popular aos movimentos de massa. Não concordamos que o episódio que vitimou Santiago – que deve ser devidamente apurado, e processados os responsáveis – sirva como cortina de fumaça para encobrir a escalada de violência policial, que vitimou mais de uma dezena de pessoas, inclusive nas manifestações, ou como pretexto para tentativas conservadoras de alteração na legislação brasileira, como o PL-499 (conhecida como “lei anti-terrorismo”) ou a proposta do secretário estadual de segurança de tipificar o crime de desordem, abrindo perigosas janelas para o aumento da criminalização dos movimentos sociais.
Por último, solidarizamo-nos com o PSOL e o deputado estadual Marcelo Freixo, vítimas recentes da sanha da mídia empresarial brasileira, sempre disposta a atacar as ideias, as organizações e as lideranças da esquerda brasileira. Entendemos os ataques desferidos contra o deputado e o seu partido como parte de um processo mais amplo de disputa ideológica, cabendo a todos e todas que lutam por um mundo melhor uma postura mais generosa entre nós e de repúdio à campanha difamatória orquestrada”.