O Setorial de Segurança Pública do PT no Distrito Federal, divulgou nota nesta terça, 24, alertando para o risco de um suposto atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente se a área da Segurança Pública da capital da República, hoje sob intervenção federal, for entregue ‘a um bolsonarista’.
O colegiado, coordenado por Marcius Siddartha, rejeita os nomes de Sandro Avelar e Júlio Danilo, e indica, como tendo perfil ideal para o cargo, Cláudio Tusco, “jovem delegado da Polícia Federal comprometido plenamente com a defesa da democracia.”
A nota relembra os acontecimentos durante a diplomação do presidente Lula no dia 12 de dezembro e os do último dia 8, que “revelam a atitude criminosa, omissiva do governador do DF e do ex-ministro da Justiça e Secretário da Segurança Pública”.
Veja trechos da nota
Um ataque à democracia sem precedentes nas últimas décadas. Que colocou em cheque não só as forças de Segurança Pública do DF, mas o GSI, contaminados pela política de extrema-direita nazifascista.
O que se percebe é que a cada novo ataque, os radicais insanos perdem o pouco pudor que tem de suas posições políticas e ações criminosas, ultrapassando cada vez mais seus próprios limites. E cada vez mais o absurdo, obscuro e bárbaro vira realidade. Não podemos descartar a possibilidade de que eles sejam capazes realizar atentados contra vida do nosso presidente Lula.
O presidente Lula acertou em fazer a intervenção federal na Segurança Pública do DF e não acionar a GLO. O mais seguro seria manter a medida em funcionamento até o fim do afastamento do governador Ibaneis.
Militares das Forças Armadas, com informações privilegiadas, avisaram parentes e pessoas mais próximas para evitarem as prisões de quem encabeçava o acampamento no QG.
A governadora em exercício, tenta ganhar a confiança do interventor Cappelli, do Ministério da Justiça, para continuar comandando a Segurança Pública que ela mesma reconhece “que teve um apagão”.
Não surpreenderia que Ibaneis e Anderson Torres saíssem ilesos de todo esse processo de investigação, tendo em vista que os comandos das polícias judiciária e ostensiva que deveriam oferecer informações ao GDF e ter efetivo disponível na Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três poderes, para garantir a segurança das instituições e do patrimônio público, falharam mesmo diante das orientações e questionamentos do Ministério da Justiça.
Nos dias seguintes o que chega ao conhecimento é uma lista crescente de profissionais da segurança pública que acampavam em frente ao QG do Exército, gravando e postando vídeos em redes sociais sem que houvesse o zelo necessário dos órgãos com a Democracia. Nada fizeram para impedir o cometimento de atos antidemocráticos e crimes por militares e civis das forças de segurança do Distrito Federal.
Bolsonaristas ligados a Anderson Torres querem manter o controle da Secretaria de Segurança Pública. Entre os cotados para assumir por indicação da governadora bolsonarista em exercício Celina Leão é Julio Danilo, delegado da PF, que foi Secretário de Segurança Pública do Ibaneis, por indicação de Anderson Torres. Outro nome cotado para assumir é Sandro Avelar, que foi o segundo nome no comando da PF por indicação de Bolsonaro, em seu governo.
O PT tem a responsabilidade de conduzir o processo de forma dirigente. Não se pode brincar com a Segurança. Em tempos de grandes meaças, medidas excepcionais e contundentes são necessárias.
Investigação séria é uma imposição. Não pode ter impunidade em crimes graves como os cometidos nos dias 12 e 08. Essa é a garantia de que sigamos vivos e em pé, resistindo à essa ofensiva grave contra a democracia e o Estado de Direito. A mega-operação que está sendo levada pela PF e PCDF não pode acabar no meio do caminho ou desarticulada mais à frente a depender de quem estiver à frente do processo, garantindo a impunidade de criminosos perigosos que prevaricaram em seus atos de ofício diante de ataques nas proporções que chocaram o Brasil todo e o mundo. E com acesso ao sistema de inteligência das instituições de Segurança Pública, constata-se que a omissão foi ainda mais grave.
Não podemos deixar brecha para que sejam anistiados os criminosos em cargos estratégicos que precisam ser responsabilizados por suas condutas.
A defesa do Fundo Constitucional do DF (FCDF) é uma questão de princípio para nós, assim como a autonomia política que conquistamos por meio de uma luta dura. Não abrimos mão destas duas conquistas. O que não impede que seja pautada a necessidade da federalização da segurança pública do DF, semelhante a realidade do TJDFT, que além de mantido pela União, é administrado por ela.
A PEC apresentada pelo senador Alessandro Vieira do (PSDB) não é a nossa, porque não vai até o fim nas questões relevantes. Tampouco leva em conta questões específicas dos órgãos de Segurança Pública nem a garantia de manutenção do FCDF.
Defendemos o Fundo Constitucional (FCDF), solidário com Saúde e Educação, mas entendemos que seja o momento de se debater a Federalização da Segurança Pública, na medida em que os órgãos de Segurança Pública do DF possuem atribuições diferenciadas dos demais entes estaduais federados, ao ser mantidos pela União.
O Ministro Flávio Dino ficou de mãos atadas por não ter competência administrativa para comandar forças da segurança da capital do país, mesmo diante do caos que vimos no dia 08. Ficou nas mãos de Anderson Torres e Ibaneis.
É recorrente o questionamento de loteamento político das instituições de segurança pública, bem como seus fracionamentos para atender imposição do Legislativo local ao executivo, que usam os cargos dos órgãos de segurança pública como um balcão de negócios, muitas vezes ferindo a autonomia dos gestores, atrapalhando o desenvolvimento da missão e da finalidade dos órgãos, cada vez mais contaminados pelos pensamentos e comportamentos neonazistas, neofascistas.
Para reverter o quadro torna-se impositivo que tenhamos o controle da segurança pública em esfera federal e que possamos indicar para o cargo de Secretario da Segurança Pública do DF o companheiro Cláudio Tusco, jovem delegado da PF comprometido plenamente com a defesa da democracia.
*Matéria alterada às 09h17 o dia 25 para acréscimo de informações