O PT tem teoricamente três nomes para enfrentar Eduardo Cunha (PMDB) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Mas, nesta quinta-feira 13, a bancada rachou na hora de escolher entre Arlindo Chinaglia, Marco Maia, José Guimarães e Patrus Ananias, e jogou a solução do problema para a próxima semana.
A maior preocupação é definir alguém com condições reais de derrotar Cunha, que tem postura de oposição e pode, no caso de sair vitorioso, prejudicar os planos da presidente Dilma Rousseff ao menos nos primeiros dois anos do novo mandato.
De certo há apenas a homologação de uma comissão encarregada de negociar com os demais partidos aliados para encontrar um nome de consenso. As eleições para a Mesa da Câmara serão realizadas em fevereiro de 2015.
Havia uma previsão de que a bancada poderia definir já nesta quinta um candidato do PT. Porém, após muita discussão, os petistas avaliaram que nesse momento o lançamento de um nome não seria a estratégia correta e poderia inclusive favorecer Cunha.
Um grupo formado por Chinaglia, Guimarães e Maia, além de Vicentinho e Geraldo Magela (DF) vai se reunir na próxima terça-feira para definir um calendário de negociações e quando o partido anunciará uma candidatura.
Não está descartado, entretanto, o apoio do PT a um candidato de um partido aliado. O nome descartável é Cunha, que os petistas consideram um desafeto político do governo. A candidatura do peemedebista é vista como de oposição pelo Executivo.
“A iniciativa do líder Eduardo Cunha, que nós respeitamos, foi no sentido de isolar o PT e, portanto, essa responsabilidade cabe exclusivamente a ele”, disse Chinaglia.
Já Vicentinho disse que “a bancada está cada vez mais convencida que nós devemos ter um candidato nosso”. “Não para impor, mas para dialogar com as outras bancadas”, acrescentou o líder da bancada.
Questionado sobre apoio de uma candidatura que não seja do PT, o líder disse que isso “não está fora de cogitação”, mas seria uma segunda fase de negociações.
Na bancada, porém, petistas experientes têm dito que o partido não tem como vencer Cunha com uma candidatura própria, porque há muita resistência dos demais aliados à legenda e a um comando umbilicalmente ligado ao Executivo.
Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br