O texto do programa de governo da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) protocolado no Tribunal Superior Eleitoral vem provocando manifestações de descontentamento na comunidade gay. O motivo está na página 20 do documento, que trata da questão dos direitos humanos. O texto utiliza a expressão “opção sexual” ao se referir a lésbicas, gays, bissexuais, travestias e transexuais.
A expressão utilizada em organizações internacionais de direitos humanos é “orientação sexual”. Conforme militantes do movimento LGBT, o termo “opção”, que implica a possibilidade de alguém poder escolher entre ser homossexual ou não, é utilizada com mais frequência por fundamentalistas religiosos, defensores da chamada “cura gay”.
O Setorial Nacional LGBT do Partido dos Trabalhadores já emitiu nota oficial sobre a questão. Afirma que foi “surpreendido” pelo texto e observa: “Há décadas o movimento LGBT internacional e nacional – e o próprio PT – tem usado o termo orientação sexual para destacar que no terreno da sexualidade não se fazem opções, como escolher entre cores de roupa ou itens de um cardápio. A sexualidade humana é complexa, absolutamente diversa, plural e determinada por inúmeros fatores sociais, culturais, históricos e individuais.”
De acordo com informações da coordenadora do Setorial Nacional, Janaína Oliveira, a equipe do partido responsável pelo programa já prometeu corrigir o texto. “Admitiram que foi um equívoco e que já fizeram a alteração.”