A Origem, nome dado pelos federais à 11ª fase da Operação Lava Jato, parece remeter para os primórdios do Mensalão a mesma performance dos atores do Petrolão. Lá, como agora, há um publicitário no meio. E se Marcos Valério fez e desfez quando tinha as gordas contas de propaganda do governo, Ricardo Hoffmann parece ter trilhado o mesmo caminho. Ele foi preso nesta sexta 10 junto com ex-deputados por ordem da Justiça Federal do Paraná.
A lista inclui o paranaense André Vargas (ex-PT, sem partido), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), que foi condenado no Mensalão. Também foram presos Leon Vargas, irmão de André, Ivan Vernon da Silva Torres, Elia Santos da Hora, secretária de Argôlo.
André Vargas foi cassado em dezembro pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares decidiram condená-lo por envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por participação em um esquema de lavagem de dinheiro.
O publicitário Ricardo Hoffmann apareceu em 2009 como um dos personagens do dossiê atribuindo a um grupo conhecido como “República do Paraná” o controle das verbas de publicidade da Caixa.
A tal república seria formada, à época, pelo então deputado federal André Vargas e Nedson Micheleti, ex-prefeito de Londrina e funcionário de carreira da Caixa, ambos ligados ao ex-ministro Paulo Bernardo, que também é petista e paranaense.
Vargas, inclusive, foi coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo, ao governo do Paraná.
O documento afirma que o grupo tem uma ligação especial com o publicitário Ricardo Hoffmann, chefe do escritório brasiliense da BorghiErh/Lowe, uma das três agências que ganharam, em 2008, a conta de publicidade da Caixa, um contrato de 260 milhões de reais.