Rússia e Bielorrússia (Belarus) assinaram nesta sexta, 6, um novo Tratado de Garantias de Segurança. O documento “define compromissos mútuos aliados para garantir a defesa, a proteção da soberania, a independência, a ordem constitucional, a integridade e a inviolabilidade de seus territórios, com o envolvimento de todas as forças e meios disponíveis”. O documento foi firmado pelos presidentes Vladimir Putin e Alexander Lukashenko.
“Estamos alcançando um nível sem precedentes de aliança estratégica e coordenação de ações na esfera militar”, observou o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko. Por sua vez, o chefe do Kremlin revelou que o acordo permitirá a Moscou entregar a Minsk armas nucleares táticas russas, que poderão ser empregadas sem prévia anuência da Rússia. Belarus também receberá um sistema de mísseis Oreshnik, os mais velozes do mundo, incapazes de serem detectados e derrubados pelos inimigos.
Embora o sistema faça parte das Forças de Mísseis Estratégicos Russas (RVSN), Minsk tem o direito de determinar de forma independente alvos potenciais para ataques. Putin ressaltou, em discurso, que “primeiramente e acima de tudo, provamos o aprofundamento da integração nas esferas socioeconômica e humanitária, a unificação da legislação dos dois países, bem como as medidas tomadas para garantir defesa e segurança comuns confiáveis.”
“Dentro do espaço de defesa do Estado da União, um sistema unificado de defesa aérea está funcionando, e um agrupamento militar regional conjunto foi criado”, lembrou o presidente russo. “Recentemente, a Doutrina Militar do Estado da União foi atualizada. O conceito de segurança, que descreve avaliações da atual difícil situação internacional e especifica medidas conjuntas para combater os principais desafios e ameaças, foi submetido à aprovação do Conselho Supremo de Estado”, pontuou Putin, lembrando que as mudanças permitirão o uso de armas nucleares sem aviso prévio.
Entre as ameaças, segundo Putin, estão as ações do regime de Kiev e seus patrocinadores (a Otan, comandada pelos Estados Unidos). “Nossa preocupação especial, é claro, é causada pela situação na região europeia, e particularmente na Ucrânia”, afirmou o líder russo. “Os países ocidentais estão deliberadamente aumentando as tensões. Eles são os que nos trouxeram à tragédia de hoje e continuam a agravar a situação. Essas políticas irresponsáveis estão levando o mundo à beira de um conflito global”, advertiu.