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Putin manda tropas para novos países encravados na Ucrânia

Poucas horas após ter reconhecido a independência de dois países antes regiões separatistas na Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin voltou a surpreende, e determinou na noite desta sexta-feira, 21 (horário de Brasília) o envio de tropas para defender Donetsk e Luhansk de um eventual ataque militar ordenado por Kiev.

Antes mesmo do anúncio do envio das tropas, a União Europeia e os Estados Unidos sinalizaram a aplicação de sanções contra a Rússia e os governos pró-Moscou de Donetsk e Luhansk. O envio foi precedido de um duro discurso do líder russo contra autoridades ucranianas, ocidentais e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no qual Putin acusou seus rivais de planejar atacar a Rússia.

De acordo com o Kremlin, as tropas vão executar funções de “manutenção de paz”, mas não está claro se elas avançarão rumo a partes dos territórios separatistas ainda sob controle de Kiev ou se permanecerão na região em domínio pró-russo. Também não se sabe se uma invasão em ampla escala da Ucrânia foi ordenada.

A decisão irritou os países europeus, principalmente a Alemanha e a França. O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou uma reunião de emergência de seu gabinete. O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que o reconhecimento das independências de Donetsk e Luhansk pelo governo russo implicaria em uma ruptura unilateral dos acordos de Minsk.

No discurso, que durou cerca de uma hora, Putin afirmou que a entrada da Ucrânia na Otan serviria como uma ameaça direta à segurança da Rússia. Segundo ele, muitos aliados europeus dos Estados Unidos já compreendiam perfeitamente todos os riscos de tal perspectiva.

“Os EUA tentam nos convencer repetidas vezes que a Otan é uma aliança puramente defensiva e amante da paz, dizendo que não há ameaças à Rússia. Mais uma vez, eles propõem que acreditamos nas palavras deles, mas sabemos o valor real de tais palavras”, disse Putin.

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