Será difícil a Alexandre de Moraes dar por encerrado o inquérito dos atos antidemocráticos. O pedido foi feito pela PGR, mas o ministro, segundo comenta-se nos corredores do Supremo, só agora está chegando ao fio da meada, de onde espera poder puxar o tapete de muita gente.
Moraes se debruça no momento sobre documentos fornecidos pela Polícia Federal, e revelados pelo Estadão. Indicam, por exemplo, que verdadeiras fábricas de fake news surgiram no Palácio do Planalto (supostamente no que se convencionou chamar de Gabinete do Ódio), para serem implantadas no Facebook e outras redes sociais.
Tudo isso é de espantar. Mas, se não bastasse esse absurdo, há outros indícios ainda mais graves. Uma das páginas era abastecida no Quartel General do Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército, no Rio Grande do Sul; outra, diretamente do gabinete do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República.
Os dados foram repassados pelo Facebook à Polícia Federal, que copiou e encaminhou os originais ao Supremo. Não dá para precisar o número de perfis falsos, mas são mais de cinco mil.