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Derretendo nas pesquisas

Quaest mata Lula politicamente, que tentará uma difícil ressurreição

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Autor/Imagem:
Marta Nobre - Foto de Arquivo

A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta seu pior momento desde o início do atual mandato. A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), confirma o que já vinha se desenhando nos bastidores de Brasília: o governo está em queda livre junto à opinião pública, e o caminho para uma possível tentativa de reeleição em 2026 se estreita cada vez mais.

A avaliação negativa do governo subiu para 41%, contra 37% em janeiro. Já a avaliação positiva caiu de 31% para 27%, o pior patamar da série histórica iniciada em abril de 2023. A desaprovação da gestão Lula chegou a alarmantes 56%, enquanto a aprovação recuou para 41%. O dado mais preocupante para o Planalto, porém, é o derretimento em sua base tradicional: até mesmo no Nordeste, onde Lula sempre venceu com folga, a queda de apoio foi sentida.

A rejeição avança em todas as regiões do país e entre todas as faixas etárias — especialmente entre os jovens de 16 a 34 anos, dos quais 64% desaprovam a gestão. Também cresce o número de brasileiros que consideram o atual mandato pior do que os anteriores: 53%, contra apenas 20% que acham melhor. Na comparação direta com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula também perde terreno. Pela primeira vez, mais brasileiros dizem preferir a gestão anterior à atual: 43% consideram Lula pior, contra 39% que acham melhor.

A tempestade política tem múltiplas causas. A crise do Pix, alimentada por boatos nas redes sociais sobre uma suposta taxação, desidratou a confiança da população — sobretudo entre os mais jovens e conectados. Soma-se a isso a inflação persistente, que corrói o poder de compra e afeta a vida cotidiana dos brasileiros: 56% dizem que a economia piorou no último ano, e quase 90% notaram aumento no preço dos alimentos.

Apesar de medidas pontuais anunciadas pelo governo — como isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000, liberação do FGTS e crédito consignado com juros menores — o impacto ainda não é sentido de forma positiva pela população. Ao contrário: há desconfiança sobre os efeitos reais dessas propostas, e dúvidas crescentes sobre a capacidade do governo de entregar resultados concretos.

Nos bastidores, já há quem cogite que Lula não disputará a reeleição em 2026. A avaliação é que, com uma rejeição tão consolidada e sem sinais claros de recuperação, insistir em um novo mandato seria um risco alto para o projeto político do PT. Internamente, nomes como Fernando Haddad e Rui Costa começam a ser mencionados como possíveis planos B para evitar um desastre nas urnas.

Seja pela fadiga de material, pela desconexão com os novos tempos ou pela dificuldade de entregar promessas de campanha, o fato é que Lula já não é mais o mesmo aos olhos do eleitor. O “Lulismo” resiste como marca histórica, mas sua força eleitoral parece enfraquecida.

A pergunta que começa a ecoar nos corredores do poder é clara: Lula terá fôlego — e capital político — para tentar mais quatro anos?

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Marta Nobre é Editora Executiva de Notibras

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