Sobradinho ganhou 9.527 novos moradores de 2013 a 2015, uma taxa média geométrica de crescimento anual da população de 3,73% no período. O dado, considerado uma surpresa pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), faz parte da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), divulgada nesta terça-feira (18). Essa é a primeira vez que o levantamento é apresentado na própria região administrativa.
Esse foi o maior porcentual entre outras seis localidades pesquisadas neste ano — Santa Maria (0,97%), Planaltina (1,08%), Brazlândia (1,13%), Paranoá (1,91%), Recanto das Emas (2,24%) e Gama (2,54%). A população urbana estimada em Sobradinho é de 68.551 habitantes. Em 2013, era de 59.024.
O presidente da Codeplan, Lucio Rennó, afirma que a migração de pessoas justifica, em parte, o aumento populacional expressivo em Sobradinho. De acordo com o estudo, 22,66% dos moradores vieram de outras regiões. Desse total, 23,24% são originários do Plano Piloto e 19,62% de Planaltina.
De acordo com o levantamento, a maioria dos moradores (54,55% ou 37.397) é do sexo feminino. Os homens, que representam 45,45% (31.154), aparecem como responsáveis por 66,29% (13.860) dos domicílios, enquanto as mulheres respondem por 33,71%. Do total, 62,27% declararam-se católicos e 15,73%, evangélicos.
A pesquisa também revelou a descentralização dos postos de emprego. Entre os trabalhadores residentes em Sobradinho, 44,86% (12.545) trabalham na própria região, enquanto 39,31% (10.992), no Plano Piloto. Em 2013, esse último índice era de 41,12%.
“Isso quer dizer que a região criou mais empregos internos, o que reflete no baixo índice de informalidade encontrado no levantamento”, ressalta Lúcio. Nas demais regiões que foram alvo do estudo, o número de pessoas que trabalham sem carteira assinada praticamente dobrou.
A informalidade também apresentou queda. Os empregados sem carteira de trabalho somam 6,73% neste ano, contra 7,5% em 2013. Quanto à ocupação, 44,9% (27.570) têm atividades remuneradas — pessoas acima de 10 anos de idade. O setor que mais se destacou foi o de serviços (93,8%).
A renda domiciliar média apurada na pesquisa alcançou R$ 5.596,77 e a per capita, R$ 1.775,79. Os moradores com renda de mais de dois a dez salários mínimos representam 54,69% e os com mais de dez a 20, 17,76%. Em 6,19% dos domicílios foram encontrados moradores que vivem com rendimentos acima de 20 salários.
Em relação à posse de bens, equipamentos e serviços, 73,29% dos domicílios ocupados têm internet e 57,29%, TV por assinatura. Na pesquisa constatou-se que 44,86% das residências têm televisão tradicional e 78%, TV de tela plana. Na região, 54,14% contam com notebook/netbook e 54%, com microcomputador.
Quanto ao nível de escolaridade, 29,96% da população concentra-se na categoria dos que têm ensino fundamental incompleto, seguida pelo médio completo: 23,36%. Aqueles com nível superior completo, incluindo mestrado e doutorado, representam 18,31%. Analfabetos na região são 1,83%.
Das residências, 75,42% são casas e 22,71%, apartamentos. Quanto à condição de ocupação, 68,86% dos lares são próprios e 24%, alugados. O número estimado de moradias urbanas é de 20.909, e a média de pessoas por unidade é de 3,28.
A quase totalidade dos domicílios (96,43% ou 20.162) conta com o abastecimento de água pela rede geral e 99,86% (20.879), com fornecimento de energia elétrica. Em relação ao esgotamento sanitário, 82,86% dos lares drenam seus esgotos na rede geral de coleta. Iluminação pública, ruas asfaltadas, meios-fios e calçadas estão presentes em mais de 90% dos domicílios.
O meio de transporte mais utilizado pelos moradores para ir ao trabalho é próprio (46,68% ou 13.055), seguido pelos que usam ônibus: 32,48% (9.080). A pé deslocam-se 15,28% (4.271). Na localidade, 82,41% têm automóvel; 25,14%, bicicleta; e 7,85%, motocicleta.
Para o administrador de Sobradinho, Divino de Oliveira Sales, o resultado da pesquisa foi animador. “Estou otimista em relação à região que apresentou infraestrutura consolidada, renda média alta, grau de escolaridade elevado e redução da informalidade. Esse retrato nos dá combustível para continuarmos trabalhando ainda mais.”
Também estiveram presentes na divulgação o diretor de Estudos Urbanos e Ambientais, Aldo Paviani, e a gerente de Pesquisas Socioeconômicas, Iraci Moreira Peixoto.
Kelly Crosara, Agência Brasília