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Corpos matáveis

Quando agentes públicos criam próprias leis sobre viver ou morrer

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Autor/Imagem:
Álvaro Salgado - Foto Produção Francisco Filipino

Para eu estar CERTO, o outro não precisa estar ERRADO (ou vice-versa).

Cada pessoa pensa o mundo a partir de seu campo de valores, da sua matriz ideológica e cultural. Ao condenar as atitudes de alguém, a base do julgamento deve ser a ÉTICA e o princípio ético se fundamenta na PESSOA HUMANA. Daí os DIREITOS HUMANOS. E as leis devem beber da fonte da JUSTIÇA.

A PESSOA HUMANA é a medida de todos os valores, podemos interpretar esse fundamento como essencial ao PROCESSO CIVILIZATÓRIO.

Quando sofremos uma violência qualquer, logo pensamos em nos vingar da pessoa que nos infligiu o mal. Queremos, muitas vezes, trucidar a pessoa. Nesse exemplo estaremos agindo pela emoção. Mas as leis se baseiam na JUSTIÇA e na ÉTICA.

Na prática cotidiana, infelizmente, não vemos isso acontecer. O Estado e seus agentes, barbarizam o cidadão comum, quase sempre uma pessoa negra e da periferia. O pobre negro da periferia já sabe, ao sair de casa, que o seu corpo é MATÁVEL e que muito provavelmente terá um fuzil de um agente público mirando a sua cabeça. Ao caminhar pelas favelas o cidadão de cor sabe que terá que passar por várias barreiras onde sofrerá várias sessões vexatórias de agentes do Estado ou do tráfico ou de bandidos travestidos de agentes públicos.

Urge uma medida transformadora Precisamos de uma polícia cidadã. Não podemos admitir que o ESTADO e seus agentes, ainda se oriente pela DOUTRINA DO INIMIGO INTERNO, excrecência da Ditadura Militar.

Nós cidadãos exigimos que o ESTADO se desmilitarize e que as suas FORÇAS DE SEGURANCA não deixem inseguras parcelas significativas de sua população.

Exigimos que o combate ao narcotráfico não seja uma guerra sem fim e com muitos mortos. A estratégia deve se orientar pelo esgotamento das fontes financeiras que abastecem o varejo e o atacado das drogas.

O assunto é complexo, mas pode ser decidido de maneira mais favorável se houver boa vontade das ditas e contraditas autoridades.

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