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Réveillon em Copacabana

Quando Almeidinha, irado, disse xô para paulistas

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Esta história, confesso, hesitei contar por algum tempo. No entanto, resolvi escrever sobre o ocorrido, mesmo que isso possa ferir os sentimentos de alguns. Mas que seja, pois isso realmente aconteceu e, obviamente, não cabe a mim mudar os fatos simplesmente para agradar fulano ou sicrano.

Lá estávamos minha esposa, a Dona Irene, e eu com alguns amigos, sentados à mesa de um bar em Copacabana. Quando o teor alcóolico já era capaz de quebrar qualquer bafômetro, chegou um outro conhecido, o Almeidinha. A minha mulher, que adora a companhia dele, puxou uma cadeira para que o nosso colega pudesse se sentar ao seu lado.

Conversa vem, conversa vai, todos na mesa já estavam inebriados pelo humor sarcástico do Almeidinha. A Dona Irene, então, perguntou para o nosso amigo onde ele iria passar o réveillon, quando aconteceu esse pequeno interlúdio:

— Sei lá, mas não vai ser aqui!

— Não?

— Não!

— Ah, Almeidinha, Copa tem o melhor réveillon do mundo!

— Tinha! Tinha!!! – disse o Almeidinha, com o dedo indicador da mão direita erguido, quase se levantando da cadeira.

— E por que não tem mais?

— Desde que houve aquele acidente em que morreu uma pessoa, a queima de fogos deixou de ser na areia e passou a ser nas barcas. Ficou uma droga!

— Mas, Almeidinha, assim é mais seguro, evita acidentes.

— E você sabe quem morreu?

— Não. Quem?

— Um paulista!!! Pode isso? Mudaram o réveillon carioca por causa de um paulista! Gente, que falta faz um paulista no mundo?

*Eduardo Martínez é autor do livro “57 Contos e Crônicas por um Autor muito Velho”.

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