Ah este delirante desejo
De àquela mulher pertencer
Possuir o seu corpo sem medo
E em seu leito de êxtase padecer
Permita-me então, Senhor supremo
Que eu não morra sem antes, ao menos
Provar do licor daquelas taças
De cor alva como o dorso das garças
Que eu não esteja ao vosso lado
Sem antes me ter embriagado
Naquela fonte úmida e perfumada
Escondida em flor desabrochada
Deus, que eu não me vá
Sem antes ter provado
Por dias, tardes e noites
Daquele lascivo pecado.