A região de Molise, no sul da Itália, está oferecendo 700 euros por mês (R$ 3.133 na cotação atual) para quem se mudar para alguma das cidades da região. O valor é pago por três anos, segundo noticiou o The Guardian. Em contrapartida, o povoado deve ter menos de dois mil habitantes e a pessoa deve se comprometer a abrir um negócio. O objetivo é reestruturar o local, que sofreu com a perda de moradores nos últimos anos.
“Se tivéssemos oferecido financiamento, teria sido mais um gesto de caridade”, disse Donato Toma, presidente de Molise. “Queríamos fazer mais; queríamos que as pessoas investissem aqui. Elas podem abrir qualquer tipo de atividade: uma padaria, uma papelaria, um restaurante, qualquer coisa. É uma maneira de dar vida às nossas cidades e ao mesmo tempo aumentar a população.”
Ele pondera que “não se trata apenas de aumentar a população”. Segundo o governante, as pessoas precisam de infraestrutura e um motivo para ficar. Por isso, cada cidade com menos de dois mil habitantes receberá dez mil euros (R$ 44,8 mil) destinados a infraestrutura e promoção de atividades culturais.
A proposta por parte das autoridades regionais será publicada no dia 16 de setembro no diário oficial e foi autorizada pelo Ministério de Desenvolvimento Econômico, informou a mídia local. A partir dessa data, os interessados na proposta poderão enviar suas solicitações ao Conselho Regional pelo período de 60 dias.
Quem promoveu a ideia foi o conselheiro Antonio Tedeschi, membro do Conselho Regional, que pretende repovoar as cem aldeias da região que estão sendo esvaziadas, revitalizar a economia e criar emprego. A medida foi batizada de ‘renda ativa de residência’ e o valor total alocado e autorizado pelo governo italiano chega a um milhão de euros.
Tedeschi disse em redes sociais que “a iniciativa nasceu para deter o triste fenômeno da despovoação” e confia que seja “um primeiro passo até a revitalização” da região.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística da Itália (Istat), Molise, com uma população de 305 mil habitantes, está entre as regiões que perderam mais moradores nos últimos anos – mais de nove mil já saíram desde 2014. Em 2014 e 2018, o número de cidadãos italianos residentes no país caiu em 677 mil.