O presidente Nicolás Maduro ligou o sinal vermelho em Caracas. Em um comunicado ao povo, pediu que sua ‘milícia civil’, composta por 3 milhões 500 mil pessoas, vigie as ruas para evitar um golpe de estado semelhante ao que derrubou seu vizinho Evo Morales, da Bolívia, no domingo.
Uma indicação de que a pressão contra o governo chavista será retomada foi dada a partir de Brasília, com a ocupação do prédio da embaixada venezuelana. Não houve violência, mas é um sintoma de que as coisas começam a mudar, mesmo considerando que Brasil e Venezuela estão com relações cortadas.
Nesta quarta, 13, logo cedo, representantes do opositor Juan Guaidó, reconhecido pelo Brasil como presidente da Venezuela, conseguiram pela primeira vez acesso à embaixada do País em Brasília. E isso acontece justamente quando o presidente Jair Biolsonaro recebe para um encontro de cúpula os líderes da Rússia, China, África do Sul e Índia – todos aliás, aliás, pró-Maduro.
A tomada da embaixada foi pacífica. Os funcionários da representação diplomática permitiram o acesso ao local de Tomas Silva, ministro-conselheiro acreditado pelo Brasil. A embaixadora Maria Teresa Belandria não está no País.
De acordo com comunicado dela, um grupo de funcionários decidiu abrir as portas e entregar as chaves da embaixada voluntariamente, bem como reconhecer Guaidó como legítimo presidente. Houve um princípio de confusão e a Polícia Militar foi acionada. O adido militar chavista, leal ao regime, ficou do lado de fora da embaixada.
Em Caracas, em pronunciamento na televisão, Maduro fez um apelo às milícias civis para que patrulhem as ruas do país em meio às ameaças de protestos da oposição. O presidente chavista disse que as mesmas forças “imperialistas” que derrubaram o presidente boliviano Evo Morales querem tirá-lo do poder.