Quem diria, doutor?! Na minha infância fui igual ao senhor

Sou alguém que nasceu despreparado,
Sem saber respirar
E muito menos falar…
Quem diria, doutor?! Fui igual ao senhor
Na mais tenra infância.

Já nos bancos escolares, no limiar da inocência,
Aprendi as muitas letras que precederam sua ciência…
Quem diria, elevado?!
Eu Também fui ensinado
Quando era uma criança.

Sou mais um no mesmo mundo,
No mesmo vento,
Ao mesmo tempo…
Quem diria, respeitado?!
Talvez eu tenha exalado
O ar que inspira sua confiança.

E o meu desterro a terra espera,
Pois, assim como viemos,
Brevemente volveremos…
Quem diria, condenado?!
Possuímos o mesmo fado
E a mesma desesperança.

No fim das contas, eu sou espelho.
Não sou assim, tão diferente,
Também sou gente!
Quem diria, confrontado?!
Há espelhos por todo o lado,
À sua imagem e semelhança.
E você, quem é?!