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Quem não teme o povo, diz Dilma Fora com impeachment. Já Augusto e Érika silenciam

Kim Oliveira e Marta Nobre

O Brasil, maior país da América Latina, conhecido por sua exuberância geográfica e riquezas naturais, tem sofrido brutalmente com uma das maiores crises político-econômicas da sua história.

Palco de diversos escândalos nos últimos meses, o país que parecia ter vencido as dificuldades econômicas, começou a afundar. Uns culpam a alta do dólar, outros afirmam que com a corrupção exacerbada uma hora ou outra a crise ia chegar. Mas a grande maioria já achou o culpado e deixa bem claro: não vai ficar por isso mesmo.

O ‘não vai ficar por isso mesmo’, no caso, é o governo Dilma. E a população, que foi às ruas em 2014 e retornou com força desde o início de 2016, clama por algo que a Câmara Federal está colocando em prática – o impeachment.

De Brasília, são oito os representantes que votarão no sim ou no não. Alberto Fraga (DEM), Rogério Rosso (PSD). Érika Kokay (PT), Ronaldo Fonseca (PROS), Rôney Nemer (PP), Izalci Lucas (PSDB), Augusto Carvalho (SD) e Laerte Bessa (PR).

Há os que anunciam seu voto publicamente. Há os que temem as ruas. E os que temem mais ainda represálias do Palácio do Planalto. Os corajosos, manifestaram suas opiniões a Notibras.

Veja a seguir.

Izalci Lucas, que carrega a bandeira da educação e faz oposição ferrenha ao PT, entende que “está chegando a hora do afastamento desse governo que conseguiu quebrar o país. Ressuscitou a inflação, o desemprego e a recessão. Vislumbro com isso a esperança de um Brasil melhor, com a retomada do crescimento e a recuperação da alta estima dos brasileiros”.

O deputado Alberto Fraga, que já declarou apoio ao pedido de impeachment há muito tempo, afirma que “o processo está correndo naturalmente, mesmo com o governo se empenhando para cooptar financeiramente parlamentares, nós já percebemos que vamos conseguir. “Se eu tivesse 1.000 votos, daria os mil a favor do impeachment”, assegura. Fraga acredita que com a saída da atual “presidenta”, o Brasil vai voltar aos eixos. Sobre as eleições gerais, o parlamentar considerou que “se vier, sem problemas, mas para isso acontecer tem que haver a cassação da chapa completa. Se não houver, a Constituição precisa ser cumprida, onde fala que se só o presidente for caçadoa, o vice assume”.

Laerte Bessa, que também travou luta contra o partido e apoia o impeachment, enfatizou que o processo de afastamento de Dilma “é um mecanismo legal, previsto na Constituição Federal e, inclusive, já realizado em 1992, quando do impedimento de Fernando Collor. Diante de um Governo que cometeu vários crimes de responsabilidade, não há outra saída que não seja o impeachment da presidente”, afirmou. Bessa ainda sublinhou que “é necessário a chegada de um novo Governo, um novo presidente da República. Uma mudança de rumos na economia do Brasil, novas políticas sociais e, o fundamental, um governo que não seja corrupto como o atual. Acredito que somente com a saída dessa presidente corrupta e inerte, o Brasil já vai melhorar”, enfatizou.

O deputado Ronaldo Fonseca explica que o impeachment “é um instrumento legal, que deve ser utilizado com bom senso em defesa da democracia e do bem-estar da Nação. Apesar das opiniões divergentes, o que é perfeitamente aceito na democracia, vejo que o processo de impeachment está sendo conduzido com bom senso, respeitando todas as regras democráticas”. Fonseca ainda afirmou que seu voto está claro. “Vou votar como votei na Comissão. O momento é lamentável para o Brasil, portanto, não vejo motivo para euforia, mas entendo que, nós políticos, temos que tomar decisões de forma séria e democrática.”

Sobre o atual quadro, Fonseca disse que “a crise do Brasil acontece porque o governo perdeu a credibilidade. O Brasil vai mal, com a economia em declínio e o governo não tem credibilidade para equilibrar o País. O melhor caminho para acabar com a crise é dar credibilidade ao governo, e é isso que esperamos com o processo de impeachment”, pontua. Fonseca não se contenta apenas com a saída de Dilma. “Novas eleições seriam a solução para o País, mas nós não temos instrumento jurídico para isso”, lamenta.

Já Rogério Rosso, que lidera a bancada do PSD e presidiu a Comissão Especial, sustenta que indicar um resultado com  antecipação é coisa de profeta, o que não vem ao caso, diz, sorrindo. Mas sua aposta particular – e como já se manifestou na Comissão Especial – é a de que o processo passará no Plenário. Mas ele não se arrisca a citar números. “Entretanto, com certeza, os 342 estão garantidos”.

Por fim, Rôney Nemer, que articulou com antigos companheiros do PMDB a virada de mesa do PP (partido ao qual se filiou recentemente), vislumbra um resultado favorável ao impeachment. Dilma, segundo Rôney, não tem mais condições de permanecer à frente dos destinos do Brasil.

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