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Foi brincar com a Cuquinha

Quem parte dessa pra melhor, tem quem espere

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Ana Maria Martínez

Assim como há pessoas especiais que passam pelas nossas vidas, os cães também nos encantam de tal forma, que eles passam a ser assunto de conversas e lembranças. Tive a oportunidade de conhecer vários cachorros desde a minha tenra infância. Seria até injusto com alguns se eu não os mencionasse aqui. Todavia, vou falar especialmente de uma, a Cuquinha, uma cadela da raça Bull Terrier que foi a minha mais doce companheira por seis anos.

O mundo da Cuquinha era eu, tanto é que ela nem mexia as orelhas caso outra pessoa a chamasse. Isso, às vezes, acabava irritando alguém, mas eu achava o máximo. Ela passava o dia comigo na clínica e, ao final do dia, voltava para casa ao meu lado.

Um dia, infelizmente, ela faleceu, ainda nova, nos meus braços. Fiquei sem chão nesse dia e por um bom tempo nem quis mais ter cães. Obviamente, acabei entregando os pontos, pois viver longe de um nariz gelado é um desalento.

Não sei exatamente quando começou, mas um dia, logo após alguém ter falecido, eu falei: “Foi brincar com a Cuquinha”. Isso, aliás, acabou sendo o comunicado sobre algum falecimento, não importa de quem quer que seja. Na minha família, portanto, nunca falamos que alguém morreu, faleceu ou partiu desta para melhor, mas foi brincar com a Cuquinha.

E eis que um dia estava olhando algumas fotos da Cuquinha, quando um amigo se aproximou. Acabei lhe contando essa história. Ele, então, se virou para mim e disse: “Sempre tem uma Cuquinha esperando por todos nós em algum lugar”.

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