Notibras

Quem segura na mão não sai do trilho ao viajar

José Escarlate

Creio já ter visto de tudo, ou quase, mas perder a mulher, jamais. Casos inusitados, ocorridos há tempos, foram hilariantes. O repórter e amigo, Reinaldo Domingos Ferreira, que foi o homem de imprensa do Banco Central na década de 70. Tempos depois, Reinaldo casou-se e foi passar a lua de mel na Europa.

Na Suíça, o casal embarcou num trem a caminho de Paris, Bruxelas, Amsterdam e outras cidades. Em uma das paradas do comboio, o Reinaldo resolveu descer para comprar alguma coisa. Foi a conta. Dois minutos depois o trem partiu, com o noivo desesperado tentando embarcar. A polícia suíça foi rápida e entrou em contato com a próxima parada do trem.

A jovem senhora foi resgatada e, felizmente, pelo menos desta vez, o noivo não ficou a ver navios.

Outro fato ocorreu com o Jankiel Gonczarowska e a sua mulher, a dona Yolanda, em Paris. Pois não é que o Jankiel perdeu a mulher em pleno metrô de Paris? Distraída, ela embarcou na composição, enquanto o Jankiel, na maior tranquilidade, caminhava pela gare.

Quando ela se viu sozinha dentro do metrô, caiu em desespero. “Cadê o “bem”, cadê o “bem” – gritava ela – que era como eles se tratavam. “Bem” prá lá, “bem” prá cá, sem falar francês, ela tentava explicar aos passageiros que o marido havia ficado. Mostrava com gestos, apontando para o dedo anular, a aliança. Pior foi que, pra complicar, dona Yolanda havia perdido o passaporte, não podendo se identificar.

Numa circulada pelas lojas da Cidade Luz, ela se encantou com uma bolsa e, para experimentar, colocou o passaporte dentro. Olhou no espelho, desgostou da bolsa e colocou-a no mostruário. E deixou o bendito passaporte lá. Mais uma vez, as autoridades da terra resolveram o problema.

Dona Yolanda foi localizada e trazida até os braços do “bem” que, tranquilamente, fumava o seu cigarrinho. E a embaixada brasileira teve que se virar para emitir um novo passaporte para ela.

Sair da versão mobile