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Quem vai dançar (e qual o ritmo) com Eliana Pedrosa?

Foto/Divulgação

O Brasil e o DF acordam, a 17 dias da eleição, com uma nova pesquisa Datafolha que confirma, tanto na nacional quanto no DF, o movimento para cima de um candidato: Fernando Haddad para o Planalto, Ibaneis Rocha para o Buriti. Sem esquecer a musa, que já foi do vôlei, e agora corre rumo ao Senado: Leila Barros.

O eleitorado brasiliense endireitou. As experiências de PT e PSB não agradaram na capital. O reflexo se vê na preferência para Jair Bolsonaro (PSL) para ser o hóspede da sede da União, e também pelo pelotão da frente na corrida ao Buriti.

Rodrigo Rollemberg está só no campo esquerdo (com 12 % e uma rejeição astronômica em 52%), contra nada menos que 4 candidatos no centro e na direita que somam 63 %. Miragaya está creditado de cerca de um terço da possibilidade real e atual do PT (que será verificada nas eleições proporcionais), por volta de 10%.

Este afundamento da corrente progressista não era esperado pelo comandante do Buriti, que contava justamente ser o representante quixotesco contra os moinhos centristas e conservadores. A matemática do eterno socialista era simples: para os quatro herdeiros do espólio virtual de Jofran Frejat (que chegou perto de 30% antes de se retirar da batalha), a divisão não passava de 10% para cada um. E sendo otimista. Mas o bolo cresceu, como mencionava Delfim Netto há algumas décadas. Contudo, a fatia de Rollemberg não tinha levedura suficiente.

Comparando o DataFolha do início da campanha (22/8) com o desta madrugada (20/9), quase um mês depois, não houve perdedores. Os dois que já sentaram na cadeira maior, Rodrigo Rollemberg e Rogério Rosso ficaram mais magros de dois pontos. Mas, com a famosa margem de erro sendo de três pontos percentuais, podem se considerar estagnados. Só que os indecisos começaram a se interessar nos nomes propostos. Talvez não com muito entusiasmo (as pesquisas espontâneas ainda mal passam de 10%), mas com a vontade de não ver mais uma eleição ganha por WO como as duas últimas.

E 22% foram distribuídos para três únicos candidatos. Eliana Pedrosa, que confirma em cada instituto de pesquisa sua liderança, recebeu 5 pontos. Alberto Fraga, abocanhou 6%. Mas o campeão da escalada é um novato, pelo menos na seara eleitoral: Ibaneis Rocha atraiu 11 % do eleitorado em 4 semanas. E integrou o grupo de quatro que deve disputar o direito de convidar a dama para a dança definitiva que terminará em 28 de outubro.

Não se pode dizer que o ex-presidente da OAB-DF chegou de mansinho. Este qualificativo não combina com sua retórica mordaz, que ele treina há anos nos tribunais superiores. Ele contorna seus “padrinhos” políticos vistosos e talvez embaraçosos os chamando nas entrevistas de “eles”. Eles que cuidem de seus problemas, eles que respondam a quem devem responder, eles que se virem. Sua filiação ao MDB é tratada como mera formalidade administrativa, exigida pela lei eleitoral. Seu campo seria a direita, mas sua atuação advocatícia em prol de grandes sindicatos de esquerda cria a dúvida. Seu patrimônio reluzente? Trabalhou desde a adolescência, e nunca ocupou cargo público. E tem mais: abre mão de mordomias, de casa oficial, e até mesmo do salário. O discurso, pelo jeito, caiu nas graças de um eleitorado que, centralizado no início no Plano Piloto e nos Lagos, já avança no Cruzeiro, no Guará e em Taguatinga.

Eliana Pedrosa soube aproveitar seu espaço na televisão para transmitir com belos vídeos a imagem de mãe e avó que tinha sido ofuscada por sua veemente oposição na Câmara Legislativa ao Governo Agnelo. Ela já pode pensar no vestido para o baile do segundo turno. Mas a banda ainda não sabe se vai tocar um paso-doble contido com Rogério, um tango viril com Alberto, um flamenco ritmado com Rodrigo ou um rock acrobático com Ibaneis.

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