Alguns dos principais jogadores de vôlei do País articulam desde o ano passado a formação de uma associação para defender os interesses diante da Confederação Brasileira da modalidade (CBV), nos moldes do Bom Senso FC. Por discordâncias internas, tdavia, o movimento perdeu força nos últimos meses.
“A gente deu uma parada. Faltou um pouco de tempo para o pessoal se reunir e, como é um grupo muito grande, nem todos concordam com o que é colocado. Então, isso acabou ficando um pouco de lado, deu uma esfriada realmente”, disse Bruninho nesta quinta, em São Paulo.
O levantador da Seleção é um dos líderes do movimento ao lado de nomes como Serginho e William, além dos irmãos Gustavo e Murilo Endres, todos com conquistas importantes pelo Brasil. Diante das discordâncias internas, os atletas trabalham para evitar que o movimento termine e ainda pensam em formalizar uma associação.
“A maioria dos líderes tem conversado para que isso não morra. Continuamos com uma participação dentro das reuniões da CBV, mas falta mesmo conseguir oficializar a associação para poder votar nas eleições presidenciais da entidade. Seria uma forma de ter uma representatividade grande”, explicou Bruninho.
O zagueiro Paulo André, ex-jogador do Corinthians e um dos líderes do Bom Senso FC, é amigo de Bruninho e chegou a entrar em contato com ele para falar sobre o grupo do vôlei. No futebol, o poder de mobilização é maior, explicou o levantador da Seleção.
“Eles têm mais representatividade, porque são do futebol e colocaram muita gente para cuidar do Bom Senso. A gente não tem essa possibilidade. Precisaríamos de mais ex-atletas por trás. Nosso problema é esse: como ainda estamos jogando, fica mais difícil”, disse Bruninho.
Os atletas procuram retomar o movimento no momento em que a CBV passa por uma profunda crise institucional, já que a emissora ESPN Brasil pubicou série de denúncias de irregularidades na entidade, presidida por Ary Graça de 1997 a 2014 – o dirigente renunciou em meio ao escândalo e permanece como mandatário da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).
“Deu uma esfriada por causa de algumas divergências, mas temos tudo para conseguir colocar em prática essa associação de atletas até o final do ano. Chegamos a conversar com advogados e estamos bem alinhados”, explicou o levantador Bruninho, em tom otimista.