Racha no Psol. Randolfe sai, diz Luciana. ‘Eu fico’, rebate o senador

A candidata à Presidência Luciana Genro (PSOL) afirmou nesta terça-feira (2) que o único representante de seu partido no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), está “praticamente fora” do PSOL por ter se “seduzido” por “uma proposta mais viável eleitoralmente”. Genro refere-se às recentes manifestações do senador favoráveis à Marina Silva (PSB).

O senador era o candidato do PSOL à Presidência até junho, mas desistiu. Randolfe sugeriu para o seu lugar o deputado estadual Marcelo Freixo (RJ), que, por sua vez, apoiou a indicação de Luciana Genro, até então vice na chapa.

“Randolfe acabou sendo seduzido por uma proposta mais viável eleitoralmente. Obviamente que eu não concordo com as ideias dele. A maioria do partido percebeu, ao longo da pré-campanha, que ele estava expressando muito mais as posições dele do que da militância. É por isso que ele desistiu da candidatura, porque não tinha respaldo dentro do partido”, afirmou a candidata, em entrevista ao portal “G1”.

O senador, entretanto, negou que esteja deixando o partido e se disse surpreso com as declarações da correligionária. “Deixei de ser candidato a presidente para a Luciana ser. Fui surpreendido com essa declaração agressiva e desnecessária, contra o único senador do PSOL”, afirmou Randolfe.

Apesar de admitir que tem divergências com o PSOL, o senador disse que não está “no seu horizonte” se filiar a outra sigla, como o PSB ou a Rede, que deve obter registro na Justiça Eleitoral em breve. Randolfe tem boas relações com o PSB. O PSOL, inclusive, está na coligação do governador e candidato à reeleição, Camilo Capiberibe.

“Esse debate de filiação partidária foi apresentado hoje pela Luciana. Ela pautou um debate que eu não estava na ordem do dia”, disse Randolfe. “O PSOL nesse momento tem de estar focado nas eleições. A nossa candidata a presidente deveria ser preocupar com as eleições, apresentar o programa do partido e ganhar votos.”

Luciana disse ainda que Randolfe não carrega as bandeiras do partido. “Hoje, está embarcando numa pressão oportunista para estar mais próximo de quem está com mais chances eleitorais e não continuar carregando as bandeiras do partido.”