Câmara Legislativa
Rafael usa o trator de Ibaneis e é reeleito
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emFaça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Nunca a máxima do folclore brasileiro, principalmente em se tratando de política, esteve tão em voga. Um exemplo disso foi a recondução nesta terça, 15, de Rafael Prudente (MDB) para mais um mandato à frente da Câmara Legislativa.
É certo que a reeleição do distrital emedebista, que já teve seu pai Leonardo Dinheiro na Meia Prudente ocupando a mesma cadeira, obedeceu as regras do jogo. Mesmo porque, a decisão do Supremo que proibiu a reeleição dos presidentes da Câmara e Senado não chegou ao Legislativo local, nem se sabe se chegará.
Prudente teve competência para refrear o movimento de oposição à sua candidatura, cabalando votos que, em condições normais, jamais poderiam ser contabilizados a seu favor. E pilotou o trator disponibilizado pelo Palácio do Buriti como menino que brinca com carrinho na lama que surge após as chuvas.
Mas é certo também que os discursos que sucederam o processo da votação causam no mínimo, estranheza, para não dizer perplexidade. A terça-feira 15 de dezembro marcará com um gigantesco ponto de interrogação a “oposição” de Chico Vigilante, Arlete Sampaio e da novata do partido Novo, Júlia Lucy.
A pergunta que fica é se esses distritais se renderam à máquina governamental, personificada em Rafael Prudente, ou se na verdade nunca a combateram para valer. Para quem se opunha à reeleição, a expectativa é de que o afastamento entre o discurso e a prática de alguns, não seja esquecido por muitos nas próximas eleições.
Na cabine do trator, Rafael conseguiu algo inédito: é a primeira vez que o presidente da Câmara Legislativa se mantém no cargo por dois mandatos consecutivos. Isso graças a um projeto aprovado em novembro de 2019, que alterou a Lei Orgânica, permitindo a reeleição. Rafael levou 21 dos 24 votos dos distritais.
Quem manteve a cabeça erguida foi Reginaldo Veras (PDT), o anticandidato que recebeu seu próprio voto e o de Leandro Grass (Rede). O resto é farinha do mesmo saco. Talvez mofado, como é o caso de Fábio Félix (PSol) que se absteve de votar num jogo de cartas marcadas.