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Pernambuco

Raquel antecipa bloco da reeleição e anuncia filiação ao PSD de Gilberto Kassab

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Geraldo Seabra - Foto Divulgação

A governadora Raquel Lyra, que decidiu trocar o PSDB pelo PSD, durante solenidade marcada para os próximos dias 10 ou 11, no Recife, com a presença de Gilberto Kassab, presidente do partido, iniciou a disputa contra o prefeito João Campos (PSB), pretendente à sua cadeira no Palácio do Campo das Princesas, em pleno Carnaval.

Dono da festa, para a qual montou 3 mil atrações divididas em 51 polos espalhados pela cidade, Campos não se conteve ao ver seu maior palco, no Marco Zero da capital pernambucana, sofrer a concorrência de uma estrutura da edição especial do “Pernambuco Meu País”, um festival cultural lançado desde medos do ano passado pelo governo estadual.

O novo palco do governo do estado gerou polêmica imediata, uma vez que o Marco Zero recebe as principais atrações promovidas pela prefeitura há 24 anos. Entretanto, o Palácio do Campo das Princesas afirmou que as programações não devem se chocar, e as atrações serão exclusivamente locais.

Nesse ponto está outra grande divergência entre os dois políticos: enquanto prefeito insiste em animar o Carnaval trazendo artistas de fora para o Recife, pagos a preço de ouro, a governadora optou por prestigiar os artistas locais, muitos dele com queixas históricas da Prefeitura que pagava com muito atraso os seus pobres cachês.

Mas além de botar corda no bloco de João Campos, Raquel Lyra está partindo para cima do prefeito com uma aliança até então inédita, mas que vem se desenhando desde a reeleição do prefeito, no ano passado, e que ela fez questão de expor, no sábado, ao chegar ao Galo da Madrugada trazendo a tiracolo as principais lideranças do PT em Pernambuco.

Pouco antes da saída do famoso bloco carnavalesco, a governadora desfilou quase que de mãos dadas com o senador Humberto Costa e o deputado estadual João Paulo, que deverá assumir a Secretaria estadual de Educação, vaga desde o início do ano, para depois ocupar o cargo de vice-governador na chapa que Raquel vai registrar para tentar sua reeleição.

João Campos também esteve no Galo da Madrugada, pouco antes da governadora, mas enquanto ela se apresentava ao lado das lideranças do Partido dos Trabalhadores, o prefeito desfilou em companhia da sua namorada, a deputada federal Tábata do Amaral (PSB), de São Paulo.

A saída de Raquel Lyra do partido tucano já vem sendo costurada há algum tempo, mas era desejo da governadora trocar a oposição por um partido da base do governo do presidente Lula. Empresária, ficava difícil para ela ingressar no PT, então até mesmo com ajuda de petistas e do próprio Lula Raquel decidiu pelo PSD e assim ficar na base do governo federal.

Esse gosto para ficar em um partido aliado do presidente reside no fato de Raquel ter uma forte parceria administrativa com Lula. O governo federal ttem feito grandes investimentos em Pernambuco e nisso tem o reconhecimento da governadora, que faz questão de propagar essa parceria e sempre creditar a Lula os benefícios da União que chegam ao estado.

Isso já não acontece com João Campos, apesar dos grandes investimentos do governo federal na capital pernambucana. O prefeito não credita a Lula esses investimentos e sempre procura faturar como sendo trabalho exclusivo da sua administração. Essa posição de Campos foi azedando sua relação com o PT estadual.

O afastamento progressivo de Campos com os petistas foi se aprofundando com a proximidade da eleição municipal do ano passado, quando ele rifou o PT e negou ao partido o cargo de vice na chapa que o reelegeu. Depois, começou a cooptar para a sua administração quadros do PT sem consultar o partido.

A reação do partido foi forte, a começar por abandonar a posição de oposição à governadora na Assembleia Legislativa, passando a apoiar todos os projetos do Palácio do Campo das Princesas. Em troca, Raquel aproximou-se mais ainda do PT e do presidente Lula, ao ponto de – numa tapa de luvas no prefeito – negociar o ingresso do partido no seu governo e lhe garantir o cargo de vice em sua chapa para 2026.

Do interior, a governadora terá um grande reforço em sua candidatura tendo por vice o deputado estadual e ex-prefeito do Recife João Paulo, um dos melhores prefeitos da capital, que lhe deu sempre uma grande avaliação. É com ele que Raquel pretende reverter a atual vantagem de João Campos nas pesquisas eleitorais.

Além do Recife, a governadora também lançou uma cabeça de ponte durante o Carnaval em Olinda, cidade onde ela elegeu a atual prefeita.

Com o ingresso de Raquel no partido de Kassab, a governadora irá comandar o PSD em Pernambuco, atualmente nas mãos do ministro André de Paula, aliado do seu governo. Ela deverá aproveitar sua filiação para dividir com João Campos a mídia dos 490 anos de fundação do Recife, comemorado no dia 11 de março.

 

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