Uma equipe de pesquisadores liderada por Duygu Kuzum, professor assistente do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade da Califórnia, em San Diego, conduziu um experimento implantando um organoide cerebral humano em camundongos.
Pela primeira vez, tal experimento deu resultados positivos, pois os organoides provaram ser capazes de estabelecer conexões com o córtex cerebral do animal.
“Nenhum outro estudo foi capaz de registrar opticamente e eletricamente ao mesmo tempo”, disse Madison Wilson, coautora da pesquisa. “Nossos experimentos revelam que estímulos visuais evocam respostas eletrofisiológicas nos organoides, combinando com as respostas do córtex circundante”.
Para observar os resultados do experimento, os cientistas colocaram um eletrodo de grafeno transparente no topo das células organoides. Quando combinado com imagens de dois fótons, isso permitiu que o tecido cerebral fosse estudado em uma espessura de até um milímetro.
Assim, a equipe pôde ver como os vasos sanguíneos do cérebro do camundongo penetram no organoide e começam a alimentá-lo com tudo o que as células organoides precisam para viver. Sensores de eletrodos capturaram a atividade neuronal no organoide e no córtex visual nativo do cérebro do camundongo.
O experimento mostrou que flashes de luz na frente dos olhos do camundongo eram acompanhados pela atividade de tecidos organoides. Simplificando, os tecidos do mini cérebro “humano” foram implantados na estrutura do cérebro do camundongo e começaram a reagir a estímulos externos que permitiram aos cientistas dizer com certeza que pela primeira vez um cérebro artificial respondeu a impulsos.
“Esta configuração experimental abre oportunidades sem precedentes para investigações de disfunções no nível da rede neural humana subjacentes a doenças cerebrais do desenvolvimento”, disse Kuzum.