O executivo inglês Raymond Whelan deixou às 14h40 o complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, nesta quarta-feira (6). Ele estava preso desde o dia 14 de julho. A saída de Whelan ocorre menos de 24 horas depois da liminar concedida pelo Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. O ministro argumentou que o inglês não deveria ser preso antes do julgamento. Ele escreveu que a regra é apurar para, selada a culpa, prender.
O executivo da Match Services, empresa licenciada pela Fifa para a venda de ingressos, é apontado pela polícia civil do Rio como integrante de uma máfia de cambistas. Na mesma investigação, o argelino Mohamed Lamine Fofana e outras nove pessoas também foram denunciadas e permanecem presas.
Esta é segunda vez que o inglês consegue um habeas corpus. Na primeira vez que foi detido, em 7 de julho, ele passou menos de doze horas na prisão.
Depois de ter a prisão preventiva decretada, passou a ser considerado foragido da Justiça ao deixar o Hotel Copacabana Palace, onde estava hospedado. O executivo saiu por uma portaria destinada a funcionários, acompanhado do advogado, Fernando Fernandes.
No dia 14 de julho, ele se apresentou ao Tribunal de Justiça do Rio e foi levado para Bangu.
Defesa
O advogado de Raymond Whelan, Fernando Fernandes, disse em nota que o habeas corpus prova que a prisão de Whelan é ilegal e portanto a saída dele do hotel não pode ser considerada fuga. Fernandes afirmou ainda que vai pedir o arquivamento das denúncias contra o executivo.
Para o Ministério Público, o entendimento é que mesmo com o habeas corpus a prisão do inglês foi legal e que nada impede o andamento das investigações.
“As investigações continuam, independente da soltura do Whelan. Nós iremos provar judicialmente todas as acusações que foram formuladas com a competente ação penal”, afirmou o promotor Marcos Kac.