Perda hídrica
Recuperação do Córrego do Cristal vai combater seca
Publicado
emMaryna Lacerda
Uma faixa de 2 quilômetros do canal de irrigação do Córrego Cristal, na Bacia do Descoberto, está em obras para a colocação de tubos e caixas de distribuição de água. Esse é o segundo ramal na região a sofrer intervenção para evitar a perda hídrica por infiltração e evapotranspiração.
A medida é uma das frentes de ação do governo de Brasília para assegurar o abastecimento de água à população do Distrito Federal, em especial no próximo período de estiagem.
Do total, 1 quilômetro de tubulação já foi feito com o objetivo de aumentar a quantidade de água disponível para os produtores locais de hortaliças. Com isso, espera-se beneficiar 15 propriedades.
Outro efeito aguardado é a ampliação do volume de água que chega à Barragem do Descoberto, uma vez que o Cristal é um dos afluentes do Ribeirão Rodeador, tributário do reservatório.
Para isso, estão sendo instalados tubos de 300 milímetros na saída e de 150 milímetros ao fim do ramal. Com a diferença de proporção, mantém-se a vazão ao longo do trajeto e garante-se o atendimento igualitário de todos os usuários do canal.
O trabalho é semelhante ao feito no Córrego Guariroba, também na Bacia do Descoberto. O trecho do Guariroba, no entanto, é um pouco mais extenso — 2,37 quilômetros — e abastece propriedades rurais maiores que o Cristal.
A revitalização feita ali já surte efeitos no Descoberto, de acordo com o subsecretário de Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Hercílio Matos. “Avaliamos que houve ganhos de água para o reservatório. Ainda não precisamos o volume, mas já é visível que ela tem chegado em maior quantidade”, afirma Matos.
Ao fim da recuperação dos sete canais, espera-se um incremento de 126 litros por segundo à barragem. “É o equivalente para abastecimento de uma cidade de 300 mil habitantes”, compara o subsecretário.
A recuperação dos sete canais de irrigação está orçada em R$ 1,3 milhão, conforme plano para enfrentamento da crise divulgado em 23 de janeiro.
A compra dos canos foi feita pela pasta da Agricultura, com cessão de maquinário da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e acompanhamento técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).