Nas águas incertas, sigo sem rumo,
Meu coração, um farol solitário na escuridão,
As velas rasgadas, o mastro trêmulo,
E o vento, implacável, me empurra em direção à solidão;
Os redemoinhos dançam ao meu redor,
Como espectros famintos, querendo me tragar,
Os que deveriam ser âncoras, agora são vendavais,
E eu, uma nau sem bússola, tentando me encontrar;
As estrelas, distantes e frias, observam meu desespero,
Enquanto a lua, cúmplice silenciosa, esconde meus segredos,
As lágrimas salgadas se misturam ao sal do mar,
E eu me pergunto se algum porto seguro,
Em algum lugar, ainda existe para ancorar;
Mas há uma força dentro de mim, uma chama de resistência,
Que se recusa a ceder à fúria das ondas e à tormenta,
Eu remo com mãos trêmulas, mas determinadas,
Em busca de um abrigo, de uma nova jornada;
Talvez eu nunca encontre respostas claras,
Mas continuo a enfrentar o desconhecido, sem amarras,
Não sou mais apenas um barco à deriva,
Sou a capitã da minha própria história,
E a esperança ainda me cativa.