Brasília parece caminhar para a reprise de um filme político, onde velhos aliados promovem a cizânia de olho na eleição seguinte. Foi assim com Rodrigo Rollemberg (PSB), que rompeu com o então governador Agnelo Queiroz (PT) e acabou ocupando a cadeira mais alta no Palácio do Buriti.
O mesmo roteiro se desenha agora, com o senador Antônio Reguffe (PDT) sinalizando da tribuna do Senado um afastamento prévio de Rollemberg.
O tom empregado pelo senador em discurso na quarta-feira 11 é o de quem não pode apoiar quem não honra compromissos de campanha. Nesse aspecto ele foi contundente, ao criticar o governador que Reguffe abraçou durante a corrida eleitoral.
A insatisfação de Reguffe é nítida. Ele não mediu palavras para criticar Rollemberg.
Para deixar claro seu posicionamento, Reguffe lembrou três compromissos firmados com Rollemberg. Itens, disse, que motivaram a aliança vitoriosa no pleito de 2014 que destronou o PT do poder.
Um dos compromissos cobrados pelo senador é o fim dos impostos sobre os medicamentos no Distrito Federal. Reguffe entende que isso poderia ser feito por meio do Programa Nota Legal, com a devolução, em 2016, dos tributos sobre remédios comprados em 2015.
O senador também cobrou do governador a redução de 60% dos cargos comissionados no DF. As informações que chegam são insatisfatórias, sublinhou, “pois apenas 15% foram eliminados.”
Outro compromisso que Rollemberg não está honrando, segundo Reguffe, foi o acordo de não aumentar impostos acima da inflação.
Apesar do que foi dito em campanha e avalizado pelo então candidato ao Senado, o governador mandou à Câmara Legislativa projeto para aumentar em 100% o IPTU, de maneira escalonada (20% ao ano).
— Vinte por cento, enquanto a inflação anual é de 6,5%, ou seja, mais que o triplo da inflação anual. O compromisso era não aumentar imposto acima da inflação anual. Se o governo anterior foi irresponsável, e foi muito, isso não pode servir de motivo para que o novo governo não cumpra os compromissos que assumiu com a população, finalizou Reguffe.
Karla Maranhão, com Agência Senado