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Reguffe hiberna e espera que Rollemberg cumpra as promessas

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O senador Antônio Reguffe (PDT) decidiu se afastar da cena política brasiliense por algum tempo. Vai hibernar com a paciência, a sutileza e o carisma de um panda. Nesse período serão avaliados os passos do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). E Reguffe, recolhido, estará torcendo para que as promessas de campanha virem realidade.

Guardadas as devidas proporções, o gesto de Reguffe pode ser comparado a um voto de confiança  do Parlamento britânico ao premiê. Ele evita, assim, uma suposta moção de censura, como se estivesse posicionado nas trincheiras da oposição.

– É notório que a relação do senador com o governador andou estremecida. Houve mesmo uma tentativa de recomposição, mas os esforços foram infrutíferos, confidenciou a Notibras um prócer pedetista que priva da intimidade de Reguffe.

Longe dos holofotes, Reguffe adotará a postura de um verdadeiro representante da Câmara dos Lordes. “Mesmo porque, lorde ele é”, apressa-se a lembrar esse interlocutor.

O certo é que o senador não mandará recados. Acredita que o duro discurso que fez no mês passado, quando citou três temas da campanha, serviu de alerta.

Na avaliação de Reguffe – respeitada a interpretação desse confidente – Rollemberg, embora não tenha acertado até agora, é boa pessoa e tem tudo para fazer um bom governo.  Desde, claro, que cumpra com o prometido.

A quebra dos compromissos do governador tem deixado o senador ressentido. “Reguffe não se conforma com o fato de ações básicas terem sido esquecidas”, revela um outro correligionário do senador. E cita, a título de ilustração do que não foi cumprido, o fim dos impostos sobre medicamentos, a redução drástica nos cargos comissionados, e não reajustar tributos acima dos índices da inflação.

Esse período de hibernação a que Reguffe se entregou não tem prazo pré fixado. Mas não será tão longo a ponto de o senador cair no esquecimento. “Ele (Reguffe) é dedicado e tem compromissos com a sociedade”, enfatiza o confidente, lembrando os 826 mil votos que elegeram Reguffe, contra os 693 mil que Rollemberg logrou no primeiro turno.

Se servirem de parâmetro, esses números terão peso acentuado em 2018. E como eleitor gosta de quem honra compromisso, nada impede que, saindo do período de hibernação, Reguffe troque a imagem de panda pela de um autêntico urso polar.

José Seabra

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